Put a Little Love On Me

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Draco Pov

Pela primeira vez desde que eu me entendia por gente, eu não estava feliz no natal.

Porque sim, eu costumava estar feliz nesse dia, contrariando meu mau humor rotineiro dos outros dias do ano.

Gostava de trabalhar no turno da noite, porque era muito silencioso e cheio de paz.

Poderia ficar por horas no escritório ajeitando a papelada sem ninguém me interromper, não tinham muitas pessoas, então era silencioso, e não havia fila para a máquina de café.

Esses eram meus critérios para definir um bom dia.

Então o natal, realmente era como... O natal.

Um dia de alegria.

Mas, sinceramente, ao chegar para meu turno, olhando para o lugar com diversas pessoas se apressando para irem para suas casas, eu me senti... chateado.

Não como se estivesse triste. Eu não era o tipo de pessoa que ficava triste.

Era mais como uma frustração.

- Consigo ver no seu rosto - Ergui o rosto, vendo Ronald na porta da minha sala, já com seu casaco, pronto para ir para casa.

Ele havia trabalhado no turno da tarde, e já eram quase sete horas da noite.

O que significava que ele iria para a festa de natal de sua família.

- O que?

- Você está de mau humor, isso significa saudade do Harry no seu manual de fábrica.

- Vai embora - Resmunguei, sem vontade de me envolver nos monólogos intermináveis com Ronald.

O grande problema, é que ele, por acaso, estava no Beco Diagonal no dia que levei Harry para comprar os livros, pouco antes da pequena comemoração que fizemos pelo emprego que ele conquistou.

- Vocês precisam marcar outro encontro, para adoçar sua vida - Voltou a falar, e eu suspirei.

Aquele era o verdadeiro problema.

Ronald havia colocado na cabeça que aquilo havia sido um encontro, e nada que eu dissesse o fazia mudar de opinião.

- Eu já disse que...

- Ah, nem começa - Me advertiu - Eu vi o suficiente para deduzir que era um encontro. Vi vocês saindo de mãos dadas de uma sorveteria! Uma sorveteria, Draco! Você sempre diz que sorvete é coisa de gente feliz, e eu sei que você odeia gente feliz - Acusou, e eu dei de ombros.

- Isso não me impede de tomar sorvete.

- Vocês estavam em um clima de...

- Ronald, já falei milhares de vezes. Não era nada, ok? Só fomos comprar livros!

- Engraçado, eu já fui comprar livros com você e nunca ganhei beijos.

Respirei fundo, mostrando na minha expressão todo meu desagrado com esse comentário, e vi ele recuar um passo, dando de ombros.

- Só fomos comprar alguns livros. Não faça disso algo maior do que realmente é.

- Eu tenho vontade de socar você toda vez que diz que não é algo grande. Isso é provavelmente a maior coisa que já te aconteceu, Draco!

- Se você não for embora agora, eu vou exigir que fique no plantão, e sua ceia de natal fantástica terá que esperar até amanhã - Resmunguei de má vontade, voltando a mexer nas pastas que estava checando, para arquivar alguns casos.

Ainda ouvi ele bufar, mas sair da sala, sem continuar a me encher a paciência, algo pelo qual eu era muito grato.

Não gostava como ele colocava as coisas na cabeça e as defendia até o fim. Era um tipo de teimosia que me estressava muito.

Eroda || DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora