Eroda || DRARRY

Only Angel

14 - To Be So Lonely

Draco Pov

Suspirei mais uma vez, quase sem controle sobre isso.

Odiava a parte de fechar um caso, onde tinha que preencher formulários.

Embora me sentisse satisfeito por mais uma solução perfeita, e soubesse que todos estavam me vendo como alguém fantástico, por alguma razão, eu me sentia muito menos fantástico do que o normal.

Quase como... se eu fosse uma fraude.

Esse sentimento de apenas estar tentando enganar os outros, e até mesmo a mim, havia me tomado com força nos ultimo dias.

Tentava, com todas as minhas forças e sem muito sucesso, não relacionar isso a Harry Potter.

Desde que o trouxe para casa, há quase três semanas atrás, muitas coisas haviam acontecido.

No dia seguinte ao nosso retorno, eu voltei a trabalhar, querendo pegar um caso e me ocupar o mais rápido possível, simplesmente porque precisava me convencer que Potter tinha sido apenas um caso. Um trabalho.

Uma obrigação.

Eu não conseguia controlar aquele forte impulso de querer ver se ele estava bem, mesmo sabendo que deveria deixar ele se habituar a família, e ter sua vida sobre controle de volta.

Mas eu realmente tinha me afeiçoado a ele de uma forma que não sabia explicar.

Como quando ficava horas apenas olhando para o rosto dele nos momentos que estávamos na ilha, e as lembranças de Eroda não ajudavam em nada.

Eu me recordava do som de sua risada, dos seus olhares birrentos, de como ele conseguia ser manhoso quando estava com sono, de como ele comia morangos o dia inteiro sem enjoar... E por mais patético que soasse, eu lembrava perfeitamente de como ele se encaixava nos meus braços.

Era a primeira vez na minha vida que tinha criado afeição por alguém daquela forma.

Algo tão simples e puro, que eu não me achava no direito de sentir.

Como eu poderia apenas sentir aquela doçura e carinho por alguém?

Não. Eu não podia.

Eu Sou Draco Malfoy. Um ex-agente duplo, comensal, e por anos fui um torturador cruel.

Eu havia feito tantas coisas terríveis na minha vida, que tinha certeza absoluta de que deveria ser crime eu apenas respirar o mesmo ar que alguém como Harry.

As vezes, durante a noite, eu ainda acordava após sonhos vívidos com meus anos torturando pessoas no velho porão da mansão Malfoy. Ainda me lembrava de como os gritos soavam, das suplicas, e de todo o restante.

E não era como se isso me assustasse.

Porque não assustava.

Eu havia me acostumado. Simplesmente não conseguia sentir nada sobre aquilo, apenas uma grande indiferença, como se aquele cara bizarro não fosse eu.

Como se aquelas lembranças fossem de outra vida, de um Draco que eu nunca fui.

O que me assombrava, era isso.

O fato da indiferença ser o meu maior sentimento.

Eu realmente tinha alguma consideração por Sirius, porque nos aproximamos quando eu e Remus bolamos algumas estratégias e desenvolvemos o feitiço que nos ajudou a capturar Voldemort.

Também gostava de Ron, porque por algum tempo ficamos refugiados juntos, e isso criou uma amizade por hábito.

Você simplesmente se acostuma com a presença daquela pessoa, e o fato de estarem juntos o tempo todo simplesmente se torna... Ok.