Eroda || DRARRY

Fearless

Draco Pov

Eu realmente me sentia exausto naquele dia em especial, mas ainda assim fiz um esforço pessoal enorme para sair do trabalho ao lado de Ronald, e seguir para a casa dele.

Havia várias coisas nisso que me desagradava.

Ronald era a primeira delas, enquanto resmungava sobre qualquer porcaria que envolvia a maneira como eu ficava perto de Harry.

A segunda delas era estar em um ambiente cheio de pessoas.

Não seria uma grande reunião, porque havia aqueles membros da Ordem que estavam ocupados demais em suas vidas para vir no jantar especial de Molly Weasley.

Eu sabia que Dumbledore não apareceria hoje, porque esses eventos nunca incluíam a figura dele, e isso era tão comum entre nós, que não chegava a se quer fazer falta.

Assim como Sirius tinha grandes problemas com o diretor, depois de descobrir que ele havia sido um dos responsáveis indiretos para o sequestro de Harry e morte de James e Lilian Potter, grande parte dos Weasleys também desenvolveram alguma reserva sobre Dumbledore.

Molly, com seu grande e caloroso coração de mãe, havia achado aquilo inadmissível em diversos níveis, e embora fosse mais como Remus, que tratava Dumbledore com educação e respeito, eu sabia que ela preferia não vê-lo, principalmente ao redor de seus filhos tão amados e protegidos.

Assim como a minha mãe, anos atrás, ela também havia se colocado no lugar da família de Harry quando ele foi sequestrado, e imaginou a dor de perder um filho quando era apenas um garotinho.

E descobrir que alguém próximo sabia algo importante como a profecia, por todo aquele tempo, e escolheu nunca dizer... Bem, não era o tipo de coisa que se poderia ser perdoado com facilidade.

Ninguém negava, é claro, que Dumbledore é alguém de inteligência extrema, e peça crucial para a Ordem e na luta contra Voldemort.

Mas ao mesmo tempo, não era como se tudo houvesse sido esquecido.

Eu sempre tentava ir na Toca quando haviam esses eventos onde Molly intimava todos a aparecerem, porque era alguém por quem eu tinha grande apreço.

Quando descobriu tudo o que passei como infiltrado, ela se compadeceu com a minha situação, e vivia me mandando deliciosas comidas e biscoitos, como forma de reparação.

Ela sempre conquistava as pessoas pelo estômago, e essa sua maneira impulsivamente materna acabava cercando a todos em algum momento.

Mas eu nunca fui o tipo de pessoa que passava muito tempo nessas festas, e também sempre precisava de muita insistência para me dar por vencido e comparecer.

Então Ronald estava um pesadelo sobre a forma que eu estava indo de boa vontade por causa de Harry.

Eu tinha tentando explicar, sem sucesso, que estava indo apenas porque era importante para o garoto, afinal ele poderia se sentir desconfortável no meio de tantas pessoas, e como fazia de mim alguém de sua confiança, eu achei que deveria ir dar suporte.

Mas Weasley era ridículo demais para compreender que essa era a única razão para eu estar indo, e não porque queria o abraço caloroso de Harry, e ver seu sorriso.

Estava indo apenas para ajudar, caso fosse necessário... Mas é claro que aquele ruivo idiota era incapaz de entender isso.

Assim que empurramos a porta, entramos os dois juntos, já removendo os casacos pesados por causa da neve, colocando-os no aparador ao lado da entrada.

Naturalmente, todos que estavam ao redor se viraram para nós quando entramos.

Quase como se houvesse um radar em mim, meus olhos voaram diretamente para onde ele estava e num instante o garoto abriu um sorriso grande, se erguendo do sofá, onde estava sentado ao lado de Sirius e Remus, e me alcançou em um abraço extremamente caloroso, se colocando na ponta dos pés para esfregar o nariz no meu pescoço, como era de costume.