Only the brave

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Only the brave é a música de hoje, então já sabem né?

Preparem os lenços e boa leitura!

44 - Only the Brave

Draco Pov

- Me conte sua história, Draco. Eu estou aqui por você, e quero ouvir.

E foi a primeira vez que alguém realmente quis me ouvir de verdade.

A frase dele foi seguida de um longo silêncio, onde eu tentava organizar meus pensamentos confusos e receosos.

Eu nunca havia me sentido inseguro, então aquela sensação terrível estava me fazendo cada vez mais introspectivo.

- Eu não sei onde é o começo - Falei por fim, sem vontade de olhar para o rosto dele.

- Então... Draco Malfoy? - Ele questionou com o tom de voz ameno, e eu não soube identificar o que tinha por trás da fala dele, mas assenti.

- Draco Lucius Malfoy - Soava totalmente estranho dizer meu próprio nome, como se fosse outra pessoa, outra vida, outra realidade.

- Você é filho único - Ele afirmou, e eu sinceramente achei graça de como ele estava me fazendo começar: Pelo começo, é claro.

- É uma tradição de família. Apenas um filho, homem.

- E se nascer uma mulher?

- Nunca aconteceu. Não nascem mulheres Malfoy - Afirmei, o que havia escutado tantas vezes de meu avô, quando ainda era pequeno.

- Então...?

- Então era só eu, e meus pais.

- Lucius.... e...? - Sua voz ainda era amena, enquanto os dedos dele corriam por meu cabelo, com suavidade.

Eu jamais pensei que fosse ser difícil dizer o nome de minha própria mãe, mas um gosto amargo me encheu, enquanto uma onda forte de pesar se assolou por meu corpo.

- Narcissa. O nome dela era... Narcissa - Não passou de um sussurro, e se não fossem nossos corpos entrelaçados, dificilmente ele iria ouvir.

- Nossas mães tem nomes derivados de flores - Ele observou de maneira quase casual, e eu assenti.

- Você se lembra dos seus pais? - Questionei, sem saber de onde veio a pergunta.

- Hm... É uma pergunta complicada. Eu era muito pequeno quando os perdi. Mas tem... algumas coisas... Eu lembro que minha mãe cantava para me fazer dormir... E lembro do som da risada do meu pai. Ele estava sempre rindo, e ele ria tão alto! Especialmente quando Sirius estava por perto. É uma das minhas lembranças mais fortes. Minha mãe cantando para que eu dormisse, enquanto os dois riam escandalosos. Isso sempre fazia minha mãe parar de cantar, e rir também - O tom de voz suave me fez erguer o rosto, apenas para encontrar os olhos verdes, sempre gentis e tranquilos.

- Eu não lembro da minha mãe - Falei por fim, sentindo as palavras saírem quase como se eu não tivesse controle. Eu sempre evitava pensar naquilo, mas naquele instante de sinceridade, eu apenas... disse.

Era uma das coisas que mais me fazia fugir de pensar no passado.

Eu não lembrava ao certo suas feições. Nem o tom de sua voz. Era apenas algo distante e confuso.

- É natural, Draco. Quando... perdemos alguém, com o tempo nossa memória... não consegue guardar tudo. E então, o mais importante deixa de ser como aquelas pessoas eram, e passar a ser... Como nos faziam sentir. O que você lembra sobre ela?

- Ela me irritava - Confessei, sentindo aquela culpa esmagadora - Não saia de perto de mim nenhum minuto. Sempre reclamando se minhas roupas estavam sujas, ou se eu não parecia apresentável. Eu só... Gostava de correr para longe dela, enquanto ela gritava comigo. Mas... era uma boa mãe. Sempre... fazia o certo - Comentei, perdido em lembranças vagas, de uma pessoa sem rosto.

Eroda || DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora