Draco Pov
Uma estranha rotina começou a se instalar entre nós, após alguns dias convivendo em Eroda.
Era estranha, porque realmente era... confortável.
Harry não desgrudava de mim, e estava sempre me seguindo e observando, com curiosidade e atenção.
Ele nem sempre queria conversar conversar, principalmente por seu problema na garganta. Isso fazia dele alguém muito silencioso, mas ainda assim eu continuava muito intrigado sobre a maneira dele ser, que ocasionalmente me afetava de uma forma que não deveria.
Harry parecia não parecia sentir necessidade de falar ou entender o que eu planejava, mesmo quando eu tentava achar algum livro útil, mesmo quando eu rodeava o terreno, mesmo quando eu tentava diversos feitiços no espelho.
Ele apenas queria estar por perto, com os olhos verdes curiosos sobre mim, e sua aura gentil e doce.
Eu ainda estava compreendendo como as coisas funcionavam ali, e o fato do tempo e do clima serem influenciados diretamente por Harry ainda era algo que me surpreendia.
Vivendo sozinho naquela ilha, ele não tinha horários fixos para fazer nada. Quando sentia sono, simplesmente dormia, então o dia virava noite.
Parecia ser algo idiota a se dizer, mas a noite surgia como mágica.
Quando queria acordar, o sol aparecia.
Quando sentia fome, apenas comia.
Ele realmente tinha muita liberdade vivendo ali, e parecia amar o lugar. Cuidava das plantações, fazendo feitiços que irrigavam a terra, estava sempre circulando pelo local, e eu já tinha visto ele ajudar alguns passarinhos que caíram de um ninho.
A vida dele era totalmente tranquila naquela ilha.
Havia grande cuidado por parte dele, que sempre colhia suas frutas, que realmente eram incríveis.
O sabor de todos os alimentos cultivados em Eroda eram incríveis, como a coisa mais pura e sensacional que poderia existir. Era gritante a diferença de qualquer alimento industrializado.
Aquela ilha era realmente peculiar, e embora tenha tentado descobrir a localização, ou ao menos em qual continente ficava, Harry não sabia dizer, e nenhum dos feitiços rastreadores funcionava.
Durante o tempo de convivência, eu tentava descobrir mais coisas sobre Harry, sobre suas vivências e tudo o que tinha acontecido desde que foi sequestrado.
As vezes ele conseguia falar por bastante tempo, e por outras sua dor na garganta o impedia de dizer qualquer coisa. Nesse ponto, era muito vantajoso ele conseguir transmitir a essência de seus pensamentos pelo toque.
É claro que eu tinha algumas ideias de como nos tirar dali, e as testava eventualmente.
Ler livros era apenas uma desculpa para pensar, porque eu sempre tinha ótimos timings quando estava lendo.
Minha mente funcionava muito bem sob pressão, porque eu sempre vivi em um ambiente onde as pessoas gritavam comigo e exigiam coisas.
Havia tentado fazer uma chave de portal, o que era algo complicado, mas um dos feitiços essenciais era bloqueado na ilha, o que frustrou meu projeto logo de início.
Depois disso, eu decidi que precisava conhecer melhor a barreira, e entender a forma como ela operava, porque precisava dar um jeito de conseguir ao menos driblar qualquer ponto dela.
Não me acalentava pensar que poderia passar anos aprisionado ali com Harry.
A intenção era salvar o menino, e não me tornar refém.
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Eroda || DRARRY
Fanfiction"E ele nasceu como sua ruína e salvação [...] Porque o eleito será a força que alimenta sua vitória, e a magia que culminará em sua derrota"