Todas as homenagens feitas foram muito bonitas. Os amigos e familiares da Rachel buscaram manter palavras doces e delicadas. Foi queimado um caixão vazio como símbolo, pois o corpo de Rachel não fora encontrado, somente vestígios de que alguém havia sido queimado na poltrona em que ela deveria estar sentada. Eu não queria dizer, mas guardava em mim uma pequena esperança de que nada daquilo fosse real, de que ela entraria pela porta com aquele jeito desastrado e alegre perguntando o que estávamos fazendo ali.
Eu estava ainda na cadeira onde conversara com a mãe de Rachel, o nome dela é Elizabeth aliás. Não passou muito tempo e um rapaz sentou ao meu lado. Ele usava um terno preto, cabelos castanhos avermelhados, olhos cor de mel com pequenas rugas em sua lateral, um ar de professor, um jovem professor.- Olá!
- Oi!?
- Você deve ser a Tina. Acertei?
- Sim. E você?
- Eu sou Artur Ribins...
- Art!Eu disse, como quem já ouviu suas histórias.
- Ou Art. Sim, sou eu. Creio que minha prima tenha falado de mim.
- Falado? Ela não parava de contar as histórias de como vocês aprontavam quando novos. Que fugiram de casa para se divertir, que viajaram juntos, que criaram uma sociedade etc. Ela era louca por você.Ele me fitou com os olhos sorridentes de quem lembrava com carinho todas aquelas histórias.
- Nós fomos os irmãos que não tivemos.
- Ela dizia isso.
- Bem...Como você está? Pelo que vejo você nem deveria ter saído do hospital.
- Eu nem deveria ter entrado no hospital, isso sim. Não aguento mais aquilo lá.
- Mas você precisa se cuidar, Rachel não te perdoaria se te machucasse.
- Eu também não a perdoei ainda por ter me deixado aqui.
- Entendo. Ela sempre teve essa mania de sumir da gente. Eu só não imaginei que...que ela...Bom, isso não importa. Aconteceu e não podemos mudar nada. Então, quando terá alta do hospital? Já te falaram?
- Não. Eu ainda não sei, mas a minha médica está...Nathalie chegou na hora em que eu ía falar.
- A sua médica está bem aqui!
Ela se dirigiu ao Art com um aceno delicado de cabeça.
- Olá! Eu sou a Nathalie! Médica da Tina.
- Eu sou Artur Ribins, primo da Rachel. Muito prazer!
- O prazer é todo meu! Então, o que falavam de mim?
- Ah! Eu só perguntei à Tina se ela sabe quando terá alta. Nós teremos um jantar em família em 2 dias e imaginei que seria muito bom tê-la conosco.Eu não sabia como me sentir naquele momento, um pouco surpresa e feliz.
- Mas eu não...
Antes que eu pudesse prosseguir com o que ía falar, Art me interrompeu.
- Você não poderia deixar de vir, já que como noiva de minha prima faz parte dessa família.
- Como você sabe? Ela te...
- Não se engane. Não há nada sobre a Rachel que eu não saiba. Ela me contava tudo. Aliás, achei suas histórias muito interessantes também. A da cozinha do hotel foi incrível. Fico me perguntando como você conseguiu fazer amizade com a cheff, ela não tem uma fama de ser muito simpática.
- Pelo contrário. Ela sempre fora extremamente gentil comigo. E muito divertida também. Acho que as pessoas que não se importavam em conhecê-la.
- É vero. Gostei do seu jeito de pensar.Nathalie com um olhar confuso perguntou:
- Do que vocês estão falando? Eu tô meio perdida aqui.
Art se antecipou e respondeu:
- As histórias e confusões que Tina e minha prima aprontaram, são incríveis. Devemos nos juntar um dia para que você as conte, Tina.
- Eu...é claro. Será um prazer.
- Então está marcado. Nathalie nos dirá a data e nós iremos a um lugar que eu chamo de My Petit.
- Ok!
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Confusões Amorosas de uma Garota Perdida.
ContoBom, não sou o tipo de menina padrão que se encontra por aí. Talvez, até mesmo pra minha idade, eu seja bem diferente das demais. Começa pelo fato de que gosto de seduzir pessoas e faço isso muito bem. Carioca, vinte anos de praia, alta (1,73m), al...