A Primeira Vez da Rach.

138 11 0
                                    

Enquanto eu esperava a volta de Tina, recebi um telefonema, um tanto quanto inesperado e delicado. Ele faria com que a viagem mudasse totalmente. Logo que desliguei o celular, a Tina entrou no quarto com um sorriso incrível.

-Rach?
- Oi?
- Ainda trabalhando?
- Ahan! Já termino, falta só um...
- Ahhhhh! Não, não, não! Vem! Chega de trabalho por hoje. Está na hora de você se arrumar para jantar.
- Jantar? Mas eu...

Não tinha como resistir aquela carinha de criança pidona. Ela me abraçou e levemente colocou seu rosto junto ao meu. Ela sorriu e no seu singelo suspirar, eu podia sentir toda a alegria do mundo se instalar em mim. Não havia mais dúvida. Eu com certeza queria a Tina perto de mim o quanto eu pudesse ter. Queria apresentá-la para a minha família.

- Tina!
- Sim?
- Eu queria te perguntar uma coisa, mas estou com medo da sua resposta.
- É uma coisa muito ruim?
- Não!
- É uma coisa muito boa?
- Ér! Eu não sei! Pra mim é uma coisa que eu...
- Que você?
- Que eu nunca pensei que fosse querer.
- Então acho que a minha resposta não pode ser tão apavorante assim, né?
- Bastante!
- Eu tenho tanta cara de má assim?

Ela brincou fazendo algumas caretas e grunhidos como um monstro.

- Grrrrrrrrrrrr! Graurrrrrrr! Grauuuuurrrrrrrrr!

Eu ri:

- Pára, bobona!
- Se você não me perguntar nunca vai saber se a resposta era ruim ou boa.
- Mas e se você não achar bom, como eu acho?
- Vamos fazer o seguinte. Você fecha os olhos. Tá de olhos fechados?
- Tô.
- Tem certeza? Por que eu não tenho como conferir isso.
- Tô.
- Então, agora que você está de olhos fechados, imagina que você está ensaiando como me perguntaria, que eu não estou aqui. E pergunta.
- Tá bom! Estou de olhos fechados, estou ensaiando como te perguntar. Você não está aqui. Lá vamos nós. Tina, eu queria que você fosse comigo à casa dos meus pais.

Ficamos alguns segundos em silêncio, abri os olhos, meio que ansiosa pela resposta:

- Uau! Érrrr! Isso não foi bem uma pergunta, mas... Uau! Eu...
- Aiiiiinnnnnnnn! Desculpa! Eu sabia que não devia ter te pedido isso. Eu sou mesmo uma idiota e eu nem...
- Eu adoraria!
- Você o que?
- Eu adoraria, Rach! Só não sei se eles vão gostar tanto quanto eu.

Eu levei um tempo pra perceber que ela havia respondido que sim, que iria. Quando de repente me dei conta, pulei nela e beijei-a o máximo que podia:

- Você é incrível! Você não sabe como eu tô feliz que você tenha dito que sim! Eu sei que você vai, eles vão te amar. Eu te amo!

Ela parou, estática, apesar de não enxergar, a expressão que tinha em seu rosto era a de espanto. Acho que eu nunca havia dito isso tão espontaneamente para alguém. E ao me dar conta, também fiquei surpresa. Um pouco tímida com a situação. Então, engoli a seco, respirei fundo, coloquei as suas mãos, uma em meu rosto e outra em meu coração e disse novamente.

- Tina, eu te amo!



Confusões Amorosas de uma Garota Perdida.Onde histórias criam vida. Descubra agora