Confusões Amorosas de uma Garota Perdida.

Sobreviver ao Hospital.

Após todas as novidades, vieram as visitas de meus amigos. Cris e Tânia chegaram brincando e sorrindo, Russo estava chorando, Léo de negro ficou branco quando me viu acordada. Todos eles pareciam muito preocupados e aliviados por verem minha recuperação. Fazia tempo que eu não falava com eles e mesmo assim estavam ali, se importando se eu precisava de alguma coisa, em como eu estava, no quê fazer para me ajudar a passar por um momento difícil. A gente não prevê o que vai acontecer na vida, mas em algum momento você descobre como é bom ter certas pessoas por perto.

E todos os dias eles chegavam pra me ver e algum tempo depois íam embora. As vezes um não podia vir, outro revezava, tudo para não me deixarem sozinha. Fiquei feliz. Isso fazia com que o tempo passasse mais rápido. E quando eles não estavam, meu irmão trouxe um notebook para que eu pudesse ver filmes, ler e pesquisar coisas na internet. É claro que eu fiz o possível para pesquisar a respeito dos resgates do avião. Precisava saber onde estava a Rachel. Porém eu tinha que intercalar minhas buscas com os exames a serem feitos.

Já havia se passado algumas semanas, eu estava deitada no quarto, com o notebook no colo enquanto lia reportagens a respeito do acidente pela milésima vez, quando a Nathalie entrou:

- Bom dia, Tina!
- Bom dia!

Ela acabou se tornando uma grande companheira, todo dia ela ía ao hospital me ver e saber como eu estava. Eu sabia que não era porque ela tinha plantão sempre, é praticamente impossível um médico estar no mesmo hospital todos os dias.

Ela prosseguiu a conversa:

- Como estamos hoje?
- A mesma coisa de sempre, querendo sair desse hospital. Vou ter alta? Diz que veio me dar meu alvará de soltura, please.

Ela deu uma risada e respondeu:

- Calma! Logo logo você estará em casa. Precisamos só ter certeza que você está em condições. Vamos para o exame?
- Outro?
- Sim. Mas vai ser rápido. São só umas tomografias e uns exames de sangue.
- Tá bom. Tá bom. Só porque você tem essa carinha de médica pidona. E também porque você tem o poder de me livrar desse lugar.

Ela riu mais um pouco, coloquei o computador de lado e ela me estendeu a mão para me ajudar a sair da cama.