Confusões Amorosas de uma Garota Perdida.

Premonição x Realidade.

Não sei ao certo quanto tempo eu fiquei adormecida. Mas era tudo lindo, flores de todas as cores, eu caminhava num bosque, mais a frente havia um balanço de árvore e uma menina sentada nele. Aproximei-me aos poucos, a menina ria de forma delicada aconchegante. Cheguei bem perto e pude vê-la, com seu vestido branco e dourado. Ela puxou-me pela mão e corremos para a floresta, sempre rindo com o sol nos tocando. De repente a imagem da floresta foi se fechando, ficando cada vez mais escura e as árvores que antes nos tocavam, passaram a rasgar-nos a pele. Ela corria me puxando pela mão e sua risada delicada transformava-se em gritos. Até que as nossas mãos se soltaram e eu caí, ela parou alguns passos a frente de mim, quando fui correr em sua direção o chão embaixo dela se desfez e ela foi tragada.

- Nãããããããããããããããããoooooooooooooooooooooooooooooooo!

Meu sonho foi interrompido por uma voz que pedia para que os cintos fossem apertados e que passaríamos por uma pequena turbulência.

Fiz o que a voz mandou. Apertei o cinto e finquei os pés no chão, com a falsa segurança de que estaria em terra com os pés ali, firmes. Rachel continuava a dormir. Apertei o cinto dela para não acordá-la e ela segurou na minha mão.

A viagem continuou, o avião começou a tremer, sacudir. A Rachel acordou:

- O que está acontecendo?
- Turbulência.
- Essa é das fortes, hein?
- Pelo visto sim.

O avião continuou a sacudir, cada vez pior, alguns bagageiros abriram e de repente ele acalmou:

- Ufa! Acho que passou.
- É.
- Essa foi das grandes, eu nunca havia pego uma dessas...

De repente o avião voltou a sacudir muito, os bagageiros abriram, algumas malas começaram a cair. As pessoas passaram a gritar. Uma aeromoça tentava manter a ordem e dar instruções, que ela mesma já não conseguia seguir. Foi então que as máscaras abriram sobre nossas cabeças. As aeromoças gritavam:

- Coloquem as máscaras! Coloquem as máscaras!

Muitas pessoas estavam desesperadas, gritavam, não tinha como correr, estávamos no ar, num pássaro metálico gigante, que estava prestes a cair:

- Mantenham a calma e fiquem de máscara!

Gritava a aeromoça, já de seu lugar com cinto apertado e máscara em rosto.

A Rach do meu lado segurava firme minha mão e só lembro de ela dizer:

- Eu te amo!

E tudo ficou extremamente escuro, mais do que já era para mim, os sons abafados e a sensação era de queda sem fim.