Fernanda vs Tina.

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Depois de todos ensaios, familiarização com o teatro e tudo mais que tínhamos pra fazer ali a respeito de trabalho, nós voltamos para o jantar.
Dona Joanna armou uma mesa linda e todos se sentaram juntos, restava só uma cadeira vazia, a de Fernanda que não deu 10 min apareceu pela porta e sentou-se conosco. Todos riam, conversavam, Sr. Marco Antônio contava as histórias dali, de como era, os costumes e tudo mais. Dona Joanna também falava de sua vida, da cidade, dos cidadãos. Fernanda ficava calada, com um sorriso no rosto ouvindo a mãe e o pai que sempre citavam os 3 filhos, os outros dois eram filhos homens que não moravam com eles. Eu ficara calada, só observando cada um, principalmente Fernanda. Ela percebeu que a visava e olhou de volta, no susto desviei o olhar e fiquei quieta.
O jantar foi ótimo, ainda ficamos um bom tempo conversando na sala, todos se divertiam, até jogamos baralho, uma verdadeira zona, com direito a música e pequenas performances. A Vic me puxou pra fazer com ela a de dois apaixonados com uma música que tocavam na hora, um improviso. Ao final todos aplaudiram bastante, rimos e quando fomos perceber já era 00:00 h:

- Hora de dormir galera!

Falou o Gah.

Cada um foi pro seu quarto. A Vic antes de sair veio até mim, me apertou num abraço, depois um beijo no rosto e disse com um sorriso:

- Te vejo amanhã!

E foi saltitando pro quarto, igual aquelas menininhas de colegial. Eu também fui pro quarto, peguei minhas coisas, tomei um banho e na hora em que ia deitar a Fernanda entra. Ela me olhou séria, pegou as coisas e saiu pra tomar banho. Eu deitei e fui dormir.
Quando eu estava quase pegando no sono ela entra de novo e acende a luz, eu acordo. Ela saiu, eu apaguei a luz. Quando eu ia dormir, ela entra e acende a luz, eu acordo. Ela saiu de novo. Eu levantei e apaguei a luz. Quando eu ia dormir, ela entrou de novo e acendeu a luz:

- Mas será que essa luz não para acesa?
- Será que essa luz não dá pra ficar apagada?
- Você é muito abusada sabia?
- Eu? Eu só tô tentando dormir pra poder trabalhar.
- É. Só que você tá no meu quarto e eu preciso estudar.
- Você não tem um horário mais normalzinho pra estudar não, hein?
- E você não tem uma mãe pra te dar educação não, hein?
- Afffffff! Não!
- O que?!?!
- Eu não tenho pais tá legal? Satisfeita?
- Mas...mas...
- Agora dá pra apagar a luz, por favor, ou pelo menos avisar que eu saio do quarto e vou dormir sei lá aonde?
- Desculpa! Não sabia que você...
- Esquece isso. Tô tentando dormir, pode ser?
- Além de abusada é grossa. Ahhhh garota vai dormir vai.
- Tô tentando. Se você apagasse a luz ficaria mais fácil.
- Pro inferno com sua luz.

Ela virou e ficou estudando, eu levantei, peguei o cobertor e fui pra sala.
Sr. Marco Antônio estava lá lendo jornal, tomou um susto quando me viu:

- Ô rapariga! O que fazes por a cá?
- Desculpa Sr. Marco Antônio, é que a sua filha disse que precisava estudar, daí a luz me incomoda, pensei em...
- Ai ai! Fernanda não é fácil! Mas não fique magoada, minha filha é assim desde quando era pequena. Muitos problemas sabe? Mas é uma ótima rapariga e acho que você vão se dar muito bem.
- Obrigada Sr. Marco Antônio, mas não sei se isso vai ser possível não. Parece que ela não foi muito com a minha cara.
- Sempre assim. Escuta o que estou a te dizer rapariga, escuta. Já sou velho, sei o que digo.
- Tá certo. Acredito no senhor.
- Mas se a luz te atrapalha podes ficar no velho quarto de Joaquim. Ele está meio bagunçado, mas acho que dá pra dormir. Forma

Sr. Marco Antônio me levou a outro quarto, do lado do de Fernanda, realmente o quarto estava um pouco bagunçado, mas tinha uma cama maravilhosa e era o suficiente pra mim. Ele me instalou, até me colocou pra dormir, com direito a cobrir e beijo na testa de boa noite, igual meu pai fazia quando eu era criança. De manhã acordei, arrumei a cama, na hora de sair do quarto dei de cara com a Fernanda no corredor:

- O que você tá fazendo aí?
- Seu pai me falou pra dormir aqui.
- Tinha que ser mesmo.
- Ih! Qual foi garota? Não basta ficar com a luz acesa ainda vai ficar irritadinha porque seu pai me colocou pra dormir no quarto do seu irmão?
- Argh! Você é muito babaca mesmo!
- Dã! Tô tão magoada porque você me chamou de babaca, vou até chorar.
- Vai pro inferno!

Ela desceu pro café e eu fui escovar os dentes, tomar banho pra ir descer. Na hora em que desci a Vic pulou em mim me dando bom dia e um beijo no rosto. Me carregou até a mesa, fez tudo pra mim.
Depois fomos todos pro teatro ensaiar. A estreia era dali a três dias. Tínhamos que correr com tudo e ainda faltava muita coisa pra fazer. Ensaiamos o dia inteiro.
Voltamos e tudo foi como na noite anterior, discussão com a Fernanda, dormir no quarto do Joaquim, acordar e dar de cara com ela no corredor, provocações, descer, Vic cuidando de mim, ensaio, se matar preparando as coisas, voltar pro albergue, jogos, brincadeiras, música, subir pro quarto, discussão com a Fernanda, dormir no quarto do Joaquim e assim seguiu.
No dia seguinte quando voltei da maratona de ensaios a Dona Joanna me disse que tinha passado minhas coisas pro quarto do Joaquim, já que eu estava dormindo lá mesmo. Ela disse aquilo com um sorriso e muito bom humor, quando agradeci ela ainda retrucou:

- Essa briguinha de vocês é paixão.
- Hã?
- Nada não minha filha.


E saiu rindo.


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Até Semana que vem meus Amores, Bom Final de Semana e Boa Leitura.

Kika Leonina ;) 


Confusões Amorosas de uma Garota Perdida.Onde histórias criam vida. Descubra agora