Ele está no SUV alto, à espera. Óculos escuros e uma barba de dois que lhe confere um toque de rebeldia. Não parece o que é. Algumas mechas de cabelo branco enrolam-se nos lados do seu cabelo, o meio sorriso que tem nos lábios faz despontar uma covinha que há tantos anos, cativou a mulher que ainda hoje ama.
Ele percebe quando ela o vê. Paralisa. Ela para de andar e com ela, duas pequenas versões de si próprio fazem o mesmo. Harry abre a porta do carro e contorna o veiculo. Não tira os óculos mas abre os braços quando Josh corre em direção a ele.
-Pai!- O rapaz loiro aperta-o e Harry abraça-o.
Carmmela e Julliet caminham mais devagar.
Só veem o pai de calças de ganga ao fim de semana, e hoje é quinta feira. Julliet sente um soco no estomago. Quando mais se aproxima, mais vontade tem de correr na direção contrária.
Harry abre a porta a Josh entra para dentro do enorme Range Rover. Carmmelia beija a bochecha do pai e faz o mesmo que o irmão. Quando Julliet está prestes a fazer o mesmo ele fecha a porta.
Ela sente-se encolher. A farda da escola parece alargar e ela quer tapar-se com a camisa branca, até que o pai deixe de a ver.
-Na frente.- Harry abre-lhe a porta e ela entre com um nó na garganta que a deixa angustiada. Sabe que se falar agora, vai chorar.
Ele olha para ela, como talvez nunca tenha olhado. A sua filha já não é uma criança. O cabelo castanho emoldura-lhe a cara. Ela é linda, como a mãe. Mas ele está furioso. O sangue ferve-lhe nas veias e ele recorda o telefonema que recebeu naquela manhã.
-Mr.Styles?- Um funcionário espreita pela porta de madeira. O olhar que lHarry he lança corta cabeça e o rapaz sabe que não devia interromper reuniões. Mas é família. E as regras deste jogo são claras, não importa a hora, se a família de Mr.Styles liga, então ele param tudo.
-Sim?
-É a sua mulher.- O rapaz estende o telemóvel e Harry desculpa-se.
As pernas compridas movimentam-se com certeza e ele tira o telemóvel das mãos do rapaz enquanto se afasta para perto de uma janela. O transido de nova iorque move-se debaixo dos seus pés.
-Sophia?
A voz dele contém um peso que, por muito que ele tente levantar, parece nunca ser capaz.
-Harry.- Ele ouve o sorriso na voz dela.- Está tudo bem?
Harry sorri, ela não lhe liga para perguntar se ele está bem.
-Sim.- Ele faz uma pausa.- E contigo?
-Também.- Ele fez a pausa de propósito. Ele precisa de tempo, sempre, para a desvendar. Agora ele sabe que algo está errado.- Alguém de ligou?
Harry olha para os telemóvel. Tem duas chamadas não atendidas.
-Sim.
Ela limpa a garganta.
-Será que posso passar no teu escritório daqui a pouco?
-O que é que se passa?
Ele olha para trás e despacha as pessoas na reunião para fora da sala. Sozinho, senta-se à cabeceira da mesa.
-Queria mesmo que não atendesses essa chamada e que esperasses que eu chegasse.
A voz dela é clara, límpida mas ele não está a gostar da forma que a conversa está a tomar.
-Estão a ligar-me outra vez.- Ele desliga a chamada e volta a atenção para a mulher, que agora pragueja.
Ela suspira e ele ouve-a despachar alguém.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Vision 3 - The Sentence
FanfictionSentado, numa cama de hospital, sozinho, ele lembra-se da ultima vez que se sentiu assim, abandonado. Fecha os olhos e lembra-se da mãe, depois reage como sempre reagiu. Com raiva. Porque se ela se tinha ido embora, ele tinha ficado, e se ela achava...