Fecho os olhos por um momento enquanto tiro o relógio do pulso e finalmente puxo uma camisa branca, abotoando cada botão com calma, o reflexo no espelho faz-me elevar os olhos e ver-me, parece agitado por alguma razão mas não faço ideia porquê. Puxo o meu cabelo para trás e termino de abotoar o que restam dos botões, puxo as calças para cima e enfio a camisa lá para dentro. Riu-me quando oiço o queixume vindo do quarto, provavelmente ela está em apuros com o fecho ou assim, abotoo as calças e viro-me, os meus pés estão frios contra o chão e meto a cabeça de fora do quarto de vestir para ver a Sophia de soutien a puxar o fecho da saia preta, algo nas minhas calças se mexe quando ela se vira para mim e vejo o conjunto provocante.
-Podemos sempre ficar em casa...- Ando até ela e agarro-a pela cintura puxando-a para mim, ela ri-se e enrola os braços á volta do meu pescoço, é insano a miríade de sentimentos que ela me faz sentir, as suas unhas suavemente encontram a minha nuca e arrepio-me.
-Claro que podemos, mas queria mesmo levar este vestido á rua.- Ela preguiçosamente fecha os olhos e encosta a cabeça ao meu ombro, os seus lábios escovam no meu pescoço e gemo baixo, sou fraco, mas pelo menos sou fraco com a pessoa certa.
-Casa comigo.- Sussurro sem exatamente saber como é que as palavras saltaram sem que as pudesse conter.
Sinto o corpo dela ficar tenso e a seguir os lábios dela voltam a acariciar-me, sinto o sorriso dela crescer contra mim, os lábios a passar pelo meu queixo até aos meus lábios. É estranho o quanto eu tenho pensado em pedi-la em casamento mas nunca consigo explodir as palavras cá para fora, e de repente parece que sem pensar a coisa saiu, estava preso na minha cabeça por dias e nunca conseguir dizê-lo em voz alta, perguntei-me vezes sem conta o que raio havia comigo, eu amo-a tanto hoje como ontem, então porque é que só agora é que consegui dizer as palavras.
-Sabes quando me perguntas o que é que eu quero para jantar?- Ela sopra.
-Sim.- A minha garganta aperta e o meu coração soqueia o meu peito.
-Sabes quão quero uma coisa, mas peço outra e depois tu reviras os olhos e dizes que parece que não sei falar? Porque as palavras enrolam-se e eu riu-me?
-Sim.
-E depois passado um tempo eu respondo o que queria, quando estamos sentados, ou a adormecer?
-Hum.- Murmuro quando ela morde o meu lábio e o meu pénis salta, os meus dedos percorrem as suas costas meio nuas, só a renda do soutien.
-Podes esperar até nos sentarmos?- Ela abraça-me, mas sinto-a tensa e nervosa.
-Não.- Gemo e agarro-a com força. Ela ri-se, mas não há nada de engraçado sobre isto, e quero que ela diga que sim agora, mas poder arrasta-la até algum sitio onde nos casem e depois tê-la para sempre, mas suponho que as mulheres tenham muito mais merda sobre casamentos para pensar.
-Temos a vida toda para casar.- Ela beija-me rapidamente antes de se virar para ir buscar a parte de cima do vestido, mas eu agarro a sua mão o que a faz voltar-se para mim.
-Não, não temos.- E deixo a ir, voltando para o quarto de vestir, não quero que ela me deixe zangado e triste tudo ao mesmo tempo, porque é uma merda quando me sinto assim e por muito calmo que possa ser ás vezes ainda me apetece questionar tudo.
Sento-me no banco de veludo e começo a calçar-me, os sapatos Italianos parem uma merda, na verdade tudo parece uma merda. Porque raio é que ela não disse que sim? Se temos a vida toda podíamos começar agora, que diferença é que fazia? É só frustrante porque sei que ela quer dizer que sim, mas há uma merda de pensamentos sobre os outros a correr a toda a velocidade na cabeça dela, posso imagina-la a pensar nos pais e na idiota da amiga, e na avó que claramente me detesta e era um segundo até alguém que ela amasse tanto como eles lhe dizer que nunca a perdoaria e ela não casar comigo. Eu sei que fui uma pessoa terrível no inicio e que não a tratei da melhor maneira e talvez se fosse a minha filha eu partisse o nariz a alguém como eu, mas eu amo-a.
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Vision 3 - The Sentence
FanfictionSentado, numa cama de hospital, sozinho, ele lembra-se da ultima vez que se sentiu assim, abandonado. Fecha os olhos e lembra-se da mãe, depois reage como sempre reagiu. Com raiva. Porque se ela se tinha ido embora, ele tinha ficado, e se ela achava...