64ºCapitulo

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Há uma caneca de café á minha frente e franzo o meu nariz. Levanto a caneca e coloco a ponta da língua no líquido quente. É amargo, tal como eu esperei que seria. Reviro os olhos e o Harry desmancha-se em risinhos.

-Aos poucos vamos lá.

-Ou não vamos lá de todo hum?- Arqueio as sobrancelhas.

-É uma questão de hábito.- Ele vira a omeleta na frigideira.

-Não devias defender a tua tradição? Traidor.- Murmuro e viro-me para a caneca de chá com leite á minha frente, sabe definitivamente melhor que café e Harry é bom a fazer isto.

-Nós ingleses somos progressistas.- Ele sorri, e dou por mim a sorrir também.

Ele está de calças de pijama e sem camisola, é engraçado ver como ele move com uma naturalidade quase invejável, no entanto é engraçado também a maneira como consigo sorrir sem sequer dar por isso. É incrível como uma pessoa pode pôr um sorriso na tua cara sem que tu dês por isso.

Ele coloca um prato em cima do meu individual e serve-nos com o pequeno-almoço. Senta-se ao meu lado e começa a comer do meu prato, o meu queixo está apoiado na minha mão enquanto olho para ele. As sobrancelhas juntas em concentração, a boca a trabalhar no próximo bocado, é quase irreal mas sinto uma vontade abrasadora de me atirar para cima dele.

-Se não parares de olhar para mim assim nenhum de nós vai sair daqui.- Ele ri-se e poisa o braço.

-És bonito.- Sinto-me corar e vejo as bochechas dele ganharem cor.

-Tu também não estás nada mal miúda.- Ele beija-me a bochecha antes de me passar o garfo para eu comer também. Levo uma garfada á boca e fecho os olhos. Está mesmo, mesmo bom.

-Então...quem era aquele rapaz contigo?- A pergunta dele faz-me estacar e ergo a cabeça.

-Quem?- Franzo a testa.

-Aquele rapaz que disse que estavas acompanhada...

-Nik.- Encolho os ombros.- Eramos vizinho nas ferias quando eu era mais nova, ele foi querido comigo.

-Acredito que sim.

-O que queres dizer?

-Os homens cheiram...como dizer?! Quando uma mulher está sozinha? E triste...

-Tens muita lata!- Riu-me.

-Beijaste-o?- A pergunta dele faz-me engasgar e a sua mão bate nas minhas costas algumas vezes.

-Não! Meu Deus não ia beija-lo assim, nem sequer me sentia no modo beijar.- Abano a cabeça.

-Então tens um modo beijar?- Ele arqueia a sobrancelha.

-Bom sim, geralmente sei quando me apetece beijar alguém.- Encolho os ombros.

Ele mete uma garfada de comida na boca e depois passa-me o garfo, engole um gole de café e olha para mim com uma cara seria.

-Alguma vez esse modo foi ativado perto dele?

-Não Harry, ele é meu amigo, e ele tem uma...

-Então hipoteticamente quando é que esse teu modo é ativado?- Ele olha-me como se eu fosse uma experiencia.

-Bom geralmente quando...

-Quando te beijo tu sentes que foi ativado ou não? Em que circunstancias fica mais alto?

-Meus Deus Harry! Porque?- Que raio?

-Preciso de saber.

-Porque?

Vision 3 - The SentenceOnde histórias criam vida. Descubra agora