Assim que me sento na cadeira de cabedal confortável o meu estado de espirito só piora, a caminhada até aqui foi desgastante, em parte por ser longe e pela exaustão psicológica a que me submeti por todo o caminho.
Abro o computador e entro na minha conta, os números começam a aumentar e reduzir como flechas e fecho a pagina que deixei aberta ontem, em vez de me concentrar no trabalho a única coisa é que, enquanto estive três anos afastado dela, homens passaram pela sua vida, e isso é normal, e é normal ela ter um amigo, o que não é normal é eu ter esta coisa territorial em mim quando não sei se consigo ou não lidar com ela...eu quero-a, mas que tudo, mas também quero paz, mas a verdade é que sem a Sophia tenho paz, com a Sophia tenho vida, cheia de imprevistos, uma aventura...
Um homem? Um amigo? Será que ele ficou em casa dela? Para passar a noite? Ele espreitou-a como eu fiz ao inicio? A minha imaginação está a dar cabo de mim e odeio quando isso acontece, fico inquieto.
-Mr.Styles?- Uma voz tímida bate á porta e ruiva alta espreita para dentro.
-Sim Laura?- Olho para ela, mas posso ver que ela entende que hoje não é um bom dia.
-A sua reunião com a equipa de marketing vai começar em dez minutos.- Ela olha nervosamente para Ipad nas suas mãos.
Pensa Styles!
-Isso vai levar-me a hora de almoço?- Pergunto, não quero sacrificar o meu trabalho, mas se tiver que pôr algumas cabeças a rolar para estar despachado que seja.
-Não, deve acabar por volta da uma.- Ela suavemente diz.
-Não. Precisa de acabar ao meio dia, informa Roger que tem até ao meio dia para me apresentar uma boa proposta.
Ela engole em seco e acena saindo de fininho. Volto-me para o computador novamente e mando o e-mail a Gemma a pedir-lhe que vá verificar algumas das contas de marketing, embora ele devesse levar um contabilista com ela para poder ter um melhor aconselhamento sobre os gastos...maldita Miss.Wilson a ser boa no que faz e a manter a minha namora...Soph de baixo de olho.
Uma das coisas que me deixa fodido com a Soph é sua mania estranha em ceder ás pessoas tudo aquilo que elas querem, como se ela não pudesse dizer que não, ela definha debaixo de qualquer olhar e isso torna-a vulnerável, eu não conheço Miss.Wilson mas eu não estou á vontade com ela por perto, eu nunca me senti a assim, de alguma maneira as minhas da Soph nunca foram um entrave á nossa relação, estávamos tão embrenhados um nuo outro que mal tínhamos tempo para pensar em mais alguma coisa, mas agora com alguém mais perto dela que eu sinto que me estão a tirar terreno.
O meu telefone toca mas rejeito a chamada, passando-a a Chloé para que ela possa recusar o quer que seja por mim.
Bebo um gole de água e lembro-me da maneira assustada como ela veio ter comigo a noite passada, os olhos esbugalhados, a pele embrulhada numa camada de suor frio...tudo nela gritava carência e afeto e quando ela tentou não me dizer o que se passava, fiquei furioso porque no fim das contas esse era o problema, ela não sabia falar comigo e ela era tão boa a esconder as suas emoções quando queria, ou então ela podia transparece-las mas não me dizer por muito que eu a pressionasse, e enraivece-me que ela o faça, porque mesmo depois tudo ela ainda não se abre comigo para me contar o que a preocupa.
O meu telemóvel vibra e deslizo o dedo pelo ecrã para descobrir que é.
*Tem um bom dia no escritório?... É assim se diz? ;)*
Não me posso impedir quando um sorriso me vem á cara, é uma deixa que as mulheres dos empresários americanos nos anos 60 usavam, e mesmo que vinda da Sophia parece muito estranho melhora o meu dia.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Vision 3 - The Sentence
FanfictionSentado, numa cama de hospital, sozinho, ele lembra-se da ultima vez que se sentiu assim, abandonado. Fecha os olhos e lembra-se da mãe, depois reage como sempre reagiu. Com raiva. Porque se ela se tinha ido embora, ele tinha ficado, e se ela achava...