66ºCapitulo

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  "Nobody's gonna love me like you "- Selena Gomez


Os meus lábios tocam suavemente os dele, os meus dedos infiltram-se no cabelo macio, empurro os lábios contra os dele e ele demora a corresponder, enquanto tento puxa-lo para mim. Cuidadosamente os lábios dele partem-se e a minha língua finalmente entra no calor da boca dele. Um grunhido escapa dos lábios dele e sinto o meu estomago contrair-se quando os dedos deles encontram a minha nuca e começam a desenhar um padrão aleatório, provocando-me calafrios.

-Vamos levar-te para casa.- Ele sopra contra a minha boca.

Riu-me e sento-me no meu lugar como deve ser. Os meus olhos mal podem sair dele, a maneira bonita como as luzes da cidade o iluminam, como ele mexe no cabelo, como morde a unha do polegar enquanto espera impacientemente pelos sinais. A respiração dele. Os dedos dele. Os lábios. As pestanas. A maneira como ele se move...dou por mim a sorrir e encosto a cabeça ao vidro, pequenas gotas de chuva começam a cair e imagino o dia de amanhã. Embora durante todo este tempo eu tenha aprendido muito com o Harry, aprendi que talvez não faça mal pensar um pouco mais além, não posso passar a vida com medo do que está para vir, posso deixar que a curiosidade me corroa um pouco de cada vez, sem medo.

-Pareces meio aluada.

Riu-me e respondo-lhe:

-Acho que parece meio apaixonada.- Sussurro.

-É estranho não é?- Ele pergunta-me.

-O quê?

-A maneira como dizes isso.- Ele encolhe os ombros.

-Estranho hum? Posso sempre não dize-lo.- Encolho os ombros de volta.

-Ou então podias dize-lo sempre.- Ele olha rapidamente para mim e sorri.

-Dá medo não dá?- Pergunto enquanto desenho alguma coisa aleatória nas minhas calças de ganga.

-O quê?

-Pensar que um dia o amor pode acabar.- Encolho os ombros.- Sempre tive esta dúvida. Se nos apaixonamos em primeiro, o que é que nos acontece para perdermos esse amor? Porque é que o amor acaba, como se fosse descartável. Havia um rapaz no meu bairro, toda a vida vi os pais dele a serem amorosos um com o outro e um dia a mãe dele foi-se embora. Porque é que acaba?- Olho em frente, estamos quase a chegar á garagem.

-Talvez não estivesse destinado.

-Então porque é que nos apaixonamos pela pessoa errada? Será que confundimos os sentimentos?

Ás vezes chateia-me a maneira como tenho a certeza das coisas. A maneira como não tenho a certeza do amor, magoa-me mais do que me chateia, não quero que o meu amor pelo Harry acabe. Não quero que o amor dele por mim acabe. O Harry não responde. O portão abre-se e ele estaciona o carro. Quando estamos no elevador ele vira-se para mim.

-És demasiado inteligente para o teu próprio bem.- Ele comenta.

-Como assim?

-Bom, eu sou muito bom a responder a quase tudo, mas às vezes deixas-me sem resposta. Não tenho resposta para a tua pergunta.- Ele sorri com carinho e puxa-me para ele. Os meus braços enrolam-se á minha volta e pelo espelho vejo-o a beijar-me o cabelo.

-Achas que vai acabar?- Murmuro. Não quero pensar nisso, acabei de deixar a mágoa para trás, mas às vezes estas perguntas que estão presas no fundo da minha mente são mais fortes que o meu desejo de manter tudo bem.

Ele suspira no meu cabelo e carrega no botão para parar o elevador. Sinto-o a parar suavemente e depois o Harry afasta-me, a tentar testar a minha reação, penso. Não me sinto com medo, a maneira como os olhos dele me embrulham em suavidade faz-me calma.

Vision 3 - The SentenceOnde histórias criam vida. Descubra agora