18. Epiphany

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Epiphany: sudden manifestation or perception of the meaning of something; intuitive grasp of reality through something; illuminating discovery, realization or disclosure.
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E bem quando tudo parecia estar se encaixando novamente, lá estava. Mais uma vez, o destino havia decidido que o caminho a traçar seria outro, um caminho o qual Seokjin nem desconfiava.

Uma visão mudou tudo.

Ela veio sem avisos, sem qualquer preparo e nenhuma explicação. O Djinn estava dormindo quando aconteceu, foi durante seus sonhos. Era a Terra, mas nada parecida com a que ele conhecia.

Pegando fogo, muita fumaça, rachaduras quilométricas se abriam formando abismos e separando familiares, reunindo inimigos, lava quente borbulhando em seus interiores. Animais caíam sem vida no chão como blocos de concreto, inanimados, plantas murchavam e das árvores só se sobrava um galho fino e seco que em poucos minutos pegava fogo e causava o caos para aqueles que estivessem perto.

Demônios enfurecidos saíam pelas ruas em suas formas ferais fazendo todo tipo de profanidade, o sangue de inocentes colorindo as ruas e servindo de armadilha para que alguns desatentos caíssem e fossem pegos pelas bestas famintas, cinzas caíam dos céus e manchavam tudo, deixando um cheiro de sangue e serragem no ar que fazia com que todos tossissem, a respiração dificultada.

E no meio de tudo isso, um garoto, ou melhor, o resto de que um dia havia sido um garoto humano. Mas nesse estado, não, ninguém poderia distingui-lo de um demônio. Sua forma, no entanto, era muito muito mais monstruosa do que isso, e ele se erguia, gigante como um titã, se alimentando de tudo que possuísse carne, matando tudo que fosse bom ou inocente.

Ele não parecia ter plena consciência do que estava fazendo, ele era apenas uma máquina programada para matar, simplesmente cumprindo seu papel, ele não poderia parar nem mesmo se quisesse.

E então, com a boca cheia de dentes, sangue escorrendo por entre as presas, o demônio encarou Seokjin, um sorriso maligno estampando seu rosto enquanto uma chama vermelha iluminava seus olhos.

Seokjin acordou suando, a respiração descompassada. Ele estava a mil, mal conseguia distinguir seus próprios pensamentos dos gritos de humanos ecoando em sua cabeça. Mas, de todas as informações que circulavam em sua mente após o sonho, uma delas se destacava, uma pista. Em dado momento do sonho, era possível ouvir vozes gritando o nome "Jeon" para o titã sanguinário, e isso era toda a informação que o homem precisava para se ver travado no lugar em estado de choque.

O demônio teve um acesso de fúria.

Por que tudo aquilo?

Por que com ele?

Isso era algum tipo de teste, alguma maldição?

— N-Não é possível!

De qualquer modo racional que ele olhasse, aquilo não fazia sentido. O casal que o havia acolhido séculos atrás, poderia ser mesmo um descendente deles? Não, não havia como, eles eram estéreis.

Então como aquele menino estava ali, invadindo seus sonhos? Ele já não era mais um anjo. Então, analisando de modo técnico, seria impossível que ele tivesse dado a bênção da fertilidade ao casal ou feito qualquer coisa parecida... Seokjin tentava empurrar para longe o grande pressentimento de que ele estava certo, de que os casos estavam conectados.

Era impossível parar de pensar, analisar segundo por segundo de seu sonho, tentando buscar mais pistas, qualquer coisa que denunciasse que aquilo era apenas mais uma loucura de sua cabeça perturbada. No entanto, dias se passaram, e a mesma voz em sua cabeça continuava dizendo-o que ele estava certo, dizendo que ele deveria investigar.

Elysium| jjk + pjm [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora