Mizpah: the deep and emotional bond between people, especially those separated by distance or death
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— Ele estará seguro? — disse um homem em pé, na penumbra. Suas sobrancelhas franzidas destacavam a cicatriz horizontal que marcava sua testa.
— Você sabe que será sua única chance, não? — disse a mulher sentada ao seu lado. Ela entrelaçou seus braços aos dele como numa forma de proteção. Ela estava com medo. Ele não a julgava. Ele também estava.
As figuras sentadas ao redor da mesa oval se entreolhavam, alguns apertando os dedos ansiosamente e outros balançando a perna nervosamente por debaixo da mesa. O clima era extremamente pesado, as sombras do entardecer cercavam a sala que se encontrava ligeiramente mais fria do que o comum.
— Não pode haver erros. — disse o mais velho, calmamente girando sua bengala e fazendo um barulho no piso que estremecia cada um de seus ossos. — Confio que fará seu melhor para tomar as decisões corretas. — ele se levantou de sua cadeira de madeira, vindo até sua direção a passos fortes e espaçados, estendendo sua mão para que ele a apertasse. Caminhando assim, ele era bom em exalar confiança, ele precisava, mas não o enganava.
Depois de todos aqueles anos, ele sabia reconhecer todos os sinais e podia sentir o que estava por baixo de todas aquelas camadas de pano e joias. Medo. Em sua forma mais pura e primitiva.
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O sinal tocou. 'Finalmente', pensou ele. O fim do semestre estava chegando e com isso todas as provas. Jungkook não podia reclamar, afinal, foi ele quem pediu por isso. E com 'pedir', ele quer dizer 'implorar'. Foi um sufoco convencer Jin-hyung a deixá-lo ingressar na faculdade. A sorte era que a universidade ficava perto de seu apartamento, e ele prometeu mandar mensagens durante os intervalos para dar notícias. 'É um exagero', pensou ele.
Porém, se isso era necessário para acalmar os nervos do velho, ele faria sem pestanejar. Além disso, ele podia se aproveitar do 4G para ficar assistindo vídeos durante os intervalos. Passar o tempo livre sozinho não lhe era nem um pouco estranho, ele desfrutava de sua própria companhia.
Não é que ele não gostasse de seus colegas, ele só... tinha muita dificuldade de se integrar. Desde o começo ele soube que não seria fácil, nunca foi.
Na escolinha, logo no primeiro dia, todas as crianças ficaram encarando-o, falando por suas costas e se perguntando quem era o menino com cara de assustado. As notícias em Seul voam rápido, e ele era o mais novo entretenimento da comunidade de Pais & Mestres.As mulheres sempre viravam para olhar só mais uma vez para a dupla, especialmente seu hyung, nem um pouco preocupadas com a criança ali presente. Jin sempre tentou ser discreto e manter sua vida amorosa o mais longe possível do menino, mas Jungkook nunca foi bobo e percebia o jeito com que elas o encaravam, apesar de nunca serem correspondidas.
Donas de casa frustradas e homens inseguros sempre se arrastavam até Seokjin, eram como feras encarando um pedaço de carne depois de anos famintas. Ele provoca essas reações naturalmente, seu rosto sempre chamou atenção.
Mas o menino também nunca se achou feio, nunca teve motivos para isso. Seus traços eram fortes e ele sempre foi um amante de esportes, principalmente de lutas e, consequentemente, seu corpo acabou sendo beneficiado por isso. Entretanto, ser sociável nunca foi seu forte, e seu corpo não era suficiente para que ele se sentisse potente para iniciar uma conversa. Afinal, ele passou a maior parte da vida apenas na companhia de ser tutor. Lugares fechados e amontoados de pessoas sempre lhe incomodaram muito, e ele não sabia como se portar diante de tantas pessoas desconhecidas.
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Elysium| jjk + pjm [CONCLUÍDA]
FanfictionOnde Park Jimin, um poderoso íncubo e Grão-Senhor dos demônios de Seul, comanda o clube burlesque mais famoso do país, 'Serendipity'. Quando ataques sangrentos ameaçam derrubar seu império, Jimin é forçado a entrar de cabeça no universo de Jeon Jung...