26. Fantods

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Fantods: state of extreme anxiety or distress
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— Jooooonie, alô? Por quê você não tá me respondendo, seu palhaço? Namjoon, me responde!!!

Hana falava do outro lado do telefone. Se tinham duas coisas que a garota mais odiava na vida, eram ser interrompida ou ignorada durante as conversas, a fúria era certa numa situação dessas.

— Ei, ei, shhh, voltei. — O caçador finalmente respondeu, tentando acalmar a garota. — Você não vai acreditar, Hana, talvez sejam eles mesmos que eu estava procurando.

— Hein? Do que você tá falando, você viu alguma coisa ou...

— Uma marca demoníaca na nuca de um deles, possivelmente um pacto ou uma espécie de contrato, não consigo dizer ao certo, olhando de longe assim. — O caçador mordeu o lábio.

— Puta merda, vou ter que beber sozinha hoje... — A garota deu um grunhido manhoso, balançando a cabeça em desaprovação do outro lado da linha.

— Ei, você não está se concentrando na parte importante. Isso é a pista sólida que eu estava esperando, realmente deve ter algo bizarro por trás dessa viagemzinha deles. Preciso segui-los, Hana, talvez eles saibam de algo sobre a Coisa, talvez eles já estejam com ela... — Ele deu um suspiro, orgulhoso por saber que seu plano tinha dado certo.

— Não acredito que você vai mesmo atrás deles. O que eu deveria fazer, avisar nossos superiores, seu pai? Mando reforços?

— Não, não faça nada ainda. Não quero assustar os alvos sem necessidade, isso é o mais perto que cheguei da Coisa em meses, não podemos estragar tudo agora. Só avise que eu estou na cola de uma pista muito promissora e que eu consigo manejar tudo sozinho, por enquanto...

— Aish, não estou gostando disso, mas confio em você. Agora, vai logo, você já gastou saliva demais comigo, pode deixar que por aqui eu resolvo tudo, pra você, ok?

— Ok, valeu por tudo, maninha. — Namjoon ouviu um som da garota fingindo vômito do outro lado.

— Argh, que meloso. Tchau, Joonie, não esquece de me contatar quando puder. — A garota desligou a linha, o caçador voltando a ouvir um som de estática.

Sem perder mais tempo, Namjoon pôs-se a correr até a entrada, de onde o grupo desconhecido já havia partido, e foi em direção até um dos operadores que pairava ali fumando um cigarro. Além do senhor, não havia mais ninguém ali que pudesse ter visto ou ouvido coisas sobre o grupo, então ele teria que ser seu informante.

O homem devia ter em torno de cinquenta anos, uma camiseta polo preta listrada, pequena demais para comportar toda a magnitude de sua barriga, que vazava por baixo do tecido.
No rosto, manchas de sol e pelos em excesso sustentavam os olhos carrancudos do sujeito, que olhava para o horizonte em um ponto fixo, talvez nem estivesse totalmente ciente de seus arredores, mas Namjoon teria que torcer para que ele estivesse atento o suficiente para lhe dar a informação que ele precisava.

— Bom dia, senhor, como vai? — Namjoon ergueu os lábios num sorriso, mas o homem apenas olhou-o pelo canto dos olhos e voltou a tragar o cigarro, sem dar muita atenção. — O carro preto que saiu daqui agora, você saberia me dizer para onde foi? — O senhor ergueu uma das sobrancelhas, dando uma baforada longa e olhando-o de cima a baixo, logo após estendendo uma mão para o rapaz.

Namjoon pareceu confuso por um segundo, mas então compreendeu o que era e, alcançando o bolso traseiro de sua calça, sacou uma nota de cinco euros, depositando-a na mão do velho. É claro que não sairia de graça.

Elysium| jjk + pjm [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora