Quarto

396 40 0
                                        

—Sigam os passos, vocês conseguem, só mais uma vez. — Lana instruiu as crianças, andando pela sala para observá-los de perto. — Continuem. Noah, concentre-se. Mary, repete o último passo, mas levante mais a perna.

—E se eu cair? — Mary questionou, parando o movimento.

—Então você vai levantar e continuar até conseguir. Sei que consegue, Mary. Vamos tentar com a música agora, o que acham? — Ela pegou o celular, conectando as caixas de som enquanto eles ecoavam concordância. — Ótimo, então do começo. Agora. — Ela pressionou o iniciar quando viu todos na posição inicial, vendo-os se moverem enquanto voltava a outra parte da sala. — Estão indo bem, continuem. Peter, continue, não há preguiça aqui.

—Estou cansado, professora. — Ele protestou.

—Aguente mais um pouco. Tenho certeza de que seus pais ficarão orgulhosos quando você conseguir ir até o fim. — Ele voltou a acompanhar a dança, ela sorriu em contentamento. — É seu momento Mary, estique a perna!

Mary o fez, mas acabou caindo. Lana se aproximou da sua posição e se abaixou, checando se havia algum machucado.

—Dói em algum lugar?

—Não. Estou bem. Posso continuar.

—Por que? Você pode descansar.

—Eu... — Ela olhou os demais, que tinham parado para saber se estava bem. — Eu também quero deixar meu pai orgulhoso. Quero conseguir fazer esse passo.

—Então vamos trabalhar nisso. — Lana sorriu, acariciando seu rosto antes de a ajudar a levantar. — Você precisa colocar menos força ao levantar a perna. Mantém o equilíbrio no corpo. — Falou enquanto se movimentava, mostrando como ela devia fazer, erguendo a própria perna com mais suavidade. — Vê? Mantenha o abdômen contraído e a coluna reta. Agora tente de novo.

Mary voltou a se mover, imitando os passos de Lana até conseguir finalizar sem cair, as demais crianças buscando fazer da mesma forma.

—Muito bem Mary. Você conseguiu.

—Consegui! — Ela comemorou, orgulhosa de si mesma.

—Vê? Como seu pai não teria orgulho de você agora? Vamos mais uma vez?

Todos voltaram a concordar, cansados, mas animados o suficiente para tentar de novo. Dessa vez ela se afastou para assistir, parando ao lado de Laura, que estava entretida a assistir.

—Você faz isso tão bem. — Laura falou, um sorriso brincando em seus lábios enquanto assistia. — É como um maestro e sua orquestra. Me dá vontade de voltar todo domingo só para assistir.

—Se vier eu te coloco para trabalhar junto comigo. — Lana falou em tom de brincadeira, sem desviar os olhos das crianças.

—Eu iria adorar. Elas são adoráveis.

—Você realmente gosta de crianças. É bom ver isso.

—Eu só estou imaginando algo assim acontecendo no hospital. Fará tão bem às crianças.

—Eu posso imaginar. Eu tento fazer o mesmo no orfanato, mas é difícil fazer os chefes aceitarem. Estou feliz que aceitaram o projeto no hospital.

—Eu também. Fazia tempo que queria algo diferente lá, e você me deu a ideia incrível.

—Oh pare com isso. Você está me deixando sem jeito. — Lana a olhou com um sorriso mais genuíno, as bochechas coradas sutilmente.

—E você fica linda assim mesmo.

Lana segurou sua mão para oferecer uma carícia, mas acabou tendo os dedos entrelaçados, algo que não a incomodou. Quando a música terminou, ambas trabalharam em organizar as crianças para comerem o próprio lanche e esperaram os pais virem buscar até não restar mais nenhuma.

Nossa Vida JuntasOnde histórias criam vida. Descubra agora