Quadragésimo

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—Como ele pode me procurar porque está morrendo após todo esse tempo? — Lana questionou com indignação. — Eu preferia que ele nunca tivesse me procurado.

—Eu sei que parece ruim agora e que você está magoada com ele, mas ainda é seu pai. — Laura buscou remediar a situação. — E ele estar buscando saber de você é algo positivo. E eu não estou dizendo para esquecer ou perdoar o abandono dele, mas ao menos você pode colocar um ponto final nessa história e decidir o que fazer de agora em diante.

—Eu sei que você tem razão...

—Mas você precisa de tempo para digerir tudo, não é? — Ela sorriu e beijou sua testa. — Não se preocupe, você não precisa fazer nada agora. Você já deu o passo mais importante e deixou que ele se explicasse, estou orgulhosa de você por isso.

—E olha quão bem eu me sai com isso. Ele deve achar que sou instável.

—Você não é instável. — Iori beijou seu ombro e ofereceu a xícara de chá que segurava. — Vai te ajudar a se acalmar.

Lana não reclamou, pegou a xícara e sentou no colo de Laura no sofá, sua cintura sendo envolvida. Iori sentou ao lado delas, sorrindo para Mahina quando correu em sua direção, pedindo colo.

—Ela parece melhor. — Lana comentou, recostando a cabeça sobre a de Laura. — De manhã estava tão derrubada e mole, achei que ficaria de cama o dia todo.

—Nossa filha é forte como um touro, e teimosa como vocês duas, nenhuma doença a derruba por muito tempo. — Laura sorriu com o olhar cortante que recebeu de Iori. — E Chieko a levou logo ao hospital. Mah foi muito bem amparada.

—Sua mãe deve estar irritada comigo por eu ter reclamado por ter demorado para ligar. — Lana mordeu o interior das bochechas. — Espero que ela ainda nos queira para o jantar lá.

—Ela sabia que fomos encontrar seu pai, eu expliquei para ela que não correu muito bem. — Laura moveu a mão em suas costas. — Nada para se preocupar. Já estamos na hora de ir?

—Sim. — Iori olhou o relógio no celular. — Vocês estão bem em jantar fora? Ainda posso ligar para a minha mãe e cancelar, ela vai entender, sem qualquer problema se quiserem continuar em casa.

—E desperdiçar a comida? Não, não. — Laura beijou o braço de Lana. — É o primeiro aniversário de vocês, se animem um pouco. Deixem os problemas para depois e comemorem. Vocês sobreviveram ao primeiro ano de casamento.

—E sobreviveremos a todos os que vierem. — Iori olhou para Lana. — Deixe-me colocar um sorriso nesse seu rosto, sim?

—Sasaki... — Lana bebeu mais um gole a do chá, analisando seu rosto antes de pousar a xícara na mesinha. — Eu te disse para não comprar nada.

—E eu ignorei a ideia maluca de não presentear minha esposa por ter sido tão maravilhosa comigo nesse ano. — Ela baixou os olhos para a filha no colo. — Você me deu o maior dos presentes, deixou que eu fosse mãe ao seu lado. E você continua do meu lado, sendo minha companheira para todos os momentos, pode me culpar por querer te agradar um pouco?

—Significa que eu serei obrigada a dar meu presente agora e não depois do jantar. — Lana sorriu, segurando seu rosto entre as mãos e se inclinando para a beijar. — Como se eu não soubesse que você teria algo planejado, eu resolvi me anteceder. Fique aqui.

Iori assentiu, vendo-a se levantar e então se afastar, subindo as escadas. Voltou a atenção para Laura, que sorriu sem dizer nada, inclinando-se e a beijando, afastando suas preocupações.

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