Décimo sexto

286 27 8
                                    


No dia seguinte, Iori foi convidada a um almoço com Madson, ainda que desconfiada aceitou o convite, mesmo sobre os protestos de Laura, julgando que não descobriria se não tentasse. Escolheu o restaurante que menos ia de sua família, mas que conhecia alguns primos que trabalhavam lá, chegando no horário marcado e já a encontrando lá.

—Eu te fiz esperar? — Perguntou enquanto se sentava a sua frente na pequena mesa quadrada.

—Não, eu cheguei antes. Boa tarde, aliás. — Ela estendeu a mão sobre a mesa, recebendo um sutil aperto de volta.

—Boa tarde. Já olhou o menu?

—Sim, e não entendi nada.

—Oh, você não gosta de comida japonesa? — Ela ergueu as sobrancelhas.

—Gosto, mas nunca sou eu quem pede.

—Ah. — Ela se ajeitou desconfortável na cadeira. — Lana realmente sabe bastante das comidas orientais.

—Sim, ela sempre cuidou desse quesito. Mas se você puder pedir a parte não crua do cardápio, eu agradeço. — Ela sorriu de maneira descontraída, buscando dissipar o estranho clima tenso.

—Claro. — Iori suspirou, erguendo a mão em direção a um garçom e esperando que ele viesse atender a mesa. — Você tem preferência por molhos?

—Não. Gostei de todos até hoje.

Iori assentiu, virando-se para o jovem e fazendo o pedido de ambas, ele sorriu e a cumprimentou em japonês, curvando-se em sinal de respeito. Ele se apresentou como um primo mais distante, que tinha chegado há pouco tempo no país para estudar. Iori buscou saber sobre sua parte da família por mais alguns minutos até decidir deixa-lo fazer seu trabalho e se voltar a Madson, que ergueu uma sobrancelha em sua direção.

—Então seu sobrenome na porta de entrada não era coincidência.

—É um negócio de família. Os avós dos meus pais vieram e começaram o primeiro restaurante, então os tios desses avós vieram e começaram a ter mercados tradicionais, e um ajudou o outro. Acabou dando certo, até hoje minha família tem orgulho de possuir as franquias.

—Ah, então é uma família tradicional.

—Sim, bastante. Eles gostam de continuar os costumes aqui.

—Você nasceu no Japão, ou foi aqui mesmo?

—Japão. Somos de Takayama, uma cidade antiga e isolada entre os alpes. — Ela relaxou na cadeira, cruzando as pernas. — Antigamente os moradores eram conhecidos por sua grande capacidade de construir, e eram contratados pelo país para fazerem as estruturas que são famosas até hoje.

—Oh, isso justifica que você tenha se tornado arquiteta, não é mesmo?

—Talvez. Eu sempre gostei de montar estruturas e organizar o interior, então foi só decidir entre ser arquiteta ou designer de interiores.

—Está no seu sangue então ser destinada a construir coisas grandes, eu escolhi a pessoa certa para contratar.

—Você? Quer me contratar?

—Sim. Lana te disse sobre a nova Infinity, certo? Eu achei o lugar ideal, mas ele precisa ser modificado.

—Modificado? Como?

—Bem, é um lugar grande, espaçoso, maior que a academia em NY inclusive, que é um antigo prédio de depósito. — Ela sorriu quando o rapaz voltou e serviu as bebidas, agradecendo. — Tem uma boa estrutura, mas precisa ser reformado para servir aos propósitos que o comprei.

Nossa Vida JuntasOnde histórias criam vida. Descubra agora