Quadragésimo quarto

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Lana a levou até a cozinha, deixando que se servisse primeiro e verificando se Kael conseguiu fazer o chocolate quente sem problemas antes de começar o tour pela casa. Mostrou os cômodos inferiores, apresentando-a as famílias para que se sentisse confortável. Mostrou o jardim na parte detrás da casa, coberto em neve. Passaram pelo escritório de Iori, voltaram pela sala de jantar e subiram as escadas lado a lado, onde Lana mostrou o quarto de Kael, o seu e o que Daphne tinha ficado naquela semana.

—E aqui é o quarto de Mahina e Paco. Tivemos que reorganizar tudo para abrigar Paco, mas acho que está completo. — Ela andou pelo lugar, desviando dos brinquedos no chão. — Desculpa a bagunça, hoje não tivemos tempo de deixar tudo arrumado aqui em cima. Foi uma correria nessas últimas semanas, você não tem noção. Colocar os enfeites, fazer as compras, e ainda lidar com a adoção.

—Um quarto desarrumado foi o último dos seus problemas, eu entendi. — Madson riu, observando a mobília. — Mas ficou adorável, Lana. Vocês fizeram um lugar realmente aconchegante, consigo ver a cara de vocês em cada canto.

—Obrigada. Eu sei que fizemos a casa enquanto estávamos separadas de Laura, mas esse quarto fizemos questão que ela ajudasse a decorar. Ela é ótima com os arranjos infantis, eu nunca teria deixado tão bom assim sem a ajuda dela.

—Eu posso imaginar. Você nunca realmente decorou o quarto de Daph até ela crescer e começar a pedir as coisas.

—Sim, isso é verdade. Mesmo agora. Eu a deixo trazer o que quiser para o quarto de hóspedes para que ela se sinta à vontade quando vier passar as férias.

—Estou feliz que tenham recuperado o contato. Odiaria que Kristin tivesse conseguido estragar a relação de vocês.

—Eu tive esse medo também. Daphne mudou tanto e passou por tantas coisas que eu gostaria de ter evitado.

—Eu amo aquela garota também, eu queria que ela não tivesse passado por tanto nessa idade.

—O preço que pagamos pelas loucuras de Kristin. Eu só espero que dessa vez ela tenha aprendido e sossegado para dar o melhor a Daphne.

—Ao menos agora Daph parecia feliz quando nos falamos.

—Sim, ela parece mais feliz agora, mais leve. Ainda assim me culpo por não ter tomado a guarda dela desde o início para evitar que tudo isso acontecesse.

—Não tínhamos como imaginar que ela resolveria levar Daph embora no meio da noite.

—Não é como se eu não tivesse imaginado. Eu imaginei que no dia que eu perdesse a linha da paciência ela cometeria uma loucura assim.

—Não se coloque tanto peso nas costas. Já passou, e não é de você ficar se cobrando por algo que já foi.

—Sim, você tem razão. — Ela respirou fundo, cruzando os braços. — Sobre o que você queria falar, afinal? Ou era só uma desculpa para fugir do questionário do meu pai?

—Um pouco dos dois? — Ela riu constrangida. — Nunca me imaginei falando com seu pai, mas mesmo se tivesse feito isso, nunca imaginaria seu pai dessa forma. Tão... diferente da sua mãe.

—Eu também fiquei surpresa quando o encontrei. Mas eu me acostumei a ideia, com o jeito dele. Não vou dizer que estou completamente confortável, mas um dia de cada vez.

—Você está lidando com tudo muito melhor do que eu lidaria. Eu sei que você não gosta de guardar rancor, mesmo em nossas brigas você era sempre a primeira a deixar tudo para trás se eu concordasse que tínhamos aprendido com o que dissemos uma à outra. Mas perdoar o velho depois de desaparecer uma vida inteira?

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