Trigésimo segundo

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—Amor, está tudo bem? — Iori perguntou ao entrar no quarto de Mahina no outro dia. — Achei que tivesse saído já.

—Desculpa. Tentei acalmar ela, não queria que acordasse logo.

—Ela está bem? Faz tempo que não fica agitada assim.

—Acho que ela está com febre. E acho que está tossindo.

—Será que é gripe? A pediatra falou que podia acontecer nessa época do ano.

—Depende se estiver com febre. Você pode pegar o termômetro? Está no banheiro da última vez que usamos.

—Claro. As vezes não é nada.

—Ela não ficaria agitada por nada. — Lana suspirou com impaciência, ainda com a filha no colo, que continuava a chorar.

—Só estou dizendo que você não precisa ficar em casa por isso. Eu posso cuidar dela. Você tem que fechar negócios com os espanhóis.

—Eles podem esperar. — Lana saiu do quarto com a filha no colo e seguiu para o banheiro. — Minha filha vem em primeiro.

Iori cobriu o rosto em mãos, respirando fundo em busca de manter a calma. Lana voltou pouco tempo depois com o termômetro em mãos, entregando a ela com ar derrotado, constatando que não havia febre.

—Vá trabalhar, está bem? É minha semana, e você precisa fechar os negócios de uma vez com os espanhóis. Dê-me ela. — Ela estendeu os braços, recebendo a filha ainda que ela tivesse hesitado.

—Mas ela está tossindo.

—Amor, eu não quero ver sua cara o resto do dia. — Ela ergueu as sobrancelhas para sustentar a teimosia dela. — Vá trabalhar antes que eu perca a paciência contigo.

—Você não ousaria.

—Se ela piorar eu levo na pediatra. Agora vá embora. Você está a deixando agitada.

—Eu? Eu sou a mãe dela.

—E está me deixando agitada. Vá embora Lana.

—É bom que me diga se ela piorar Sasaki.

—Para você largar o trabalho? Não. Vá embora e eu cuido de nossa filha. Ou acha que sou menos capaz de você?

—Eu não disse isso.

—Mas está agindo assim. Você pode confiar em mim ou só você pode cuidar de Hina quando está doente?

—Deus, está bem. Que drama. — Ela beijou a cabeça da filha e selou os lábios de Iori. — Me avise se precisar de algo.

—Não vou precisar de nada. Até mais tarde.

Lana suspirou e pegou a bolsa na poltrona, saiu do quarto e seguiu rumo a Infinity. Iori respirou aliviada, colocando a filha sobre o balcão enquanto acionava a playlist de músicas orientais no celular, deixando tocar enquanto começava a trocar a fralda dela e a limpar, fazendo brincadeiras com ela. Trocou de roupa e sorriu quando ela parou de chorar, enchendo seu rosto de beijos.

—Aposto cinquenta dólares que sua mãe só estava inventando desculpas para não encontrar a sócia. — Falou a sorrir, fazendo-a rir. — Sabe o que vai acontecer? Sua mãe vai brigar no trabalho hoje. Quanto você quer apostar? Aquele seu suco de uva é uma boa aposta não acha? Mas você não pode dizer nada a mamãe.

Iori a deixou com seus brinquedos enquanto tomava banho e trocava de roupa, levando-a para o andar debaixo e colocando na cadeirinha, servindo as frutas e deixando que pegasse com as mãos. Comeu ao lado dela o café que Lana tinha deixado pronto, checando as mensagens no celular enquanto ouvia as palavras sem sentido que a filha dizia.

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