76. Uma fanfic em forma de carta ou de resposta à uma carta;
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Kiba parou na frente do espelho e ajeitou a gravata. Odiava roupas formais, mas não negava um fato: ele ficara bonitão todo arrumado que nem um pinguim...
O pensamento arrogante esvaneceu em um suspiro. Ele não estava no humor para isso.
Desceu as escadas apressado e encontrou a mãe na sala, andando de um lado para o outro. Pensou que ia levar uma bronca pelo atraso, mas Tsume apenas o olhou longamente e em silêncio. Os olhos selvagens pareciam nostálgicos.
— Mamãe...? — ousou quebrar o silêncio.
— A gravata tá torta, moleque — ela resmungou antes de caminhar até ele e ajeitar a peça de roupa. Tentou esconder a emoção, o que era difícil.
Seu moleque tinha crescido tanto. Era um homem! Podia olhá-la de frente, já que tinham praticamente a mesma estatura. Percepção que a fez quase sorrir em meio ao mar de sépia em que sentia-se mergulhada.
Na infância, Kiba alardeava por aí como ficaria alto e forte! E se tornaria Hokage da Vila! Tsume não alimentava grandes esperanças sobre a parte de ser "Hokage". Pensou que talvez seu menino realmente ficasse alto e forte... mas sangue não nega raça. O pai do moleque não entrava no Ranking de "Melhores Homens" em nenhum sentido. Ficava feliz que Kiba o puxasse apenas na parte física, conquanto em caráter fosse uma pessoa muito melhor.
Trunfo seu e de Hana, claro.
— A senhora está bem...? — Kiba perguntou hesitante.
A questão teve o poder de fazer Tsume finalmente sorrir. Ali estava uma preocupação que antigamente seu filho nunca teria. Não por maldade ou falta de interesse, mas porque Kiba estava tão concentrado em brincar que não percebia sutilezas de humor atingindo as pessoas com quem vivia.
Isso era algo que aprendera com Shino. Porque o noivo era tão calado e introspectivo, que se Kiba não perguntasse nunca saberia o que se passava pela mente do rapaz. Então aprendeu a perguntar com todas as letras: "como se sente, Shino?". "Você está bem, Shino?".
Questões que agora tinha maturidade o bastante para responder.
— Vou ficar — Tsume respondeu. Terminou o distraído gesto de ajeitar a gravata e ergueu a mão, fazendo um carinho leve na bochecha de Kiba — Vamos encontrar logo o seu noivo, ele deve estar esperando.
O carinho gentil encheu os olhos de Kiba de lágrimas. Ele se prometeu que não ia chorar, mas... seria uma noite longa e difícil de enfrentar.
— Mamãe...
— Vamos, Kiba. Já atrasamos demais.
O garoto não respondeu. Acenou com a cabeça e saiu com a mãe. Ainda lançou um último olhar para a carta sobre a mesa. E então fechou a porta.
"Convite
O Soberano Conselho de Konoha tem a honra de convidar V. Senhoria Inuzuka e família para o I Memorial em Honra e Homenagem aos Heróis da II Grande Guerra.
As solenidades serão realizadas a contar de quinze dias, à partir das 20h, na Sede desse Honorável Conselho.
Um pedaço de cada um de nós se perdeu ao partirem esses heróis.
