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À medida que o exame se aproximava, Kiba começou a ficar ansioso. Estava bem preparado para qualquer prova que viesse, ia se sair muito bem. Provavelmente teria a nota mais alta do certame. Isso se não o convidassem para ser Hokage de uma vez...
Mas, apesar de tanta confiança, havia aquele 1% que trazia um certo receiozinho bem pequenino de fracassar. E foi esse pedacinho quase inexistente que fez Kiba aceitar o convite de Shino com um alivio imensurável.
Estavam sem se ver há vários dias. Sentia saudades.
Se Shino queria conversar, aproveitaria o momento de descontração antes do exame.
Conforme combinado se encontraram no campo gramado do lago, para fazer um piquenique na hora do almoço de um domingo. Shino apareceu com uma pequena cesta com a sobremesa, Kiba trouxe o bento que Tsume preparou para eles.
O primeiro gesto concreto de reencontro foi o beijo. O segundo também. E o terceiro...
Enfim, sentaram-se na grama. Kiba estendeu o bento para o namorado e eles começaram a refeição.
— Ah, esses dias foram um sufoco — Kiba começou — To ansioso para o exame, sabe? Ainda não marcaram a data, mas Hayate-sensei disse que tá pra ser marcado por esses dias. Eles não avisam com muita antecedência de proposito. Eu to que não me aguento de ansiedade, Shino. Sei que vou mandar bem. Se prepara pra ficar orgulhoso! Tanto quanto eu fiquei de você.
Shino não respondeu. Continuou comendo devagar, assistindo Kiba devorar a comida enquanto matracava sem parar. Enxergou a verdade fácil, o conhecia bem demais. Seu namorado estava apavorado. Aquele era o jeito que tinha de camuflar seus medos, o nervosismo despejado na enxurrada de palavras. Viu o medo que ele sentia de falhar, de não atender as expectativas que punham sobre ele, as próprias expectativas. A auto-cobrança, porque ele estava perdido sobre o futuro, se não conseguisse passar no exame jounin, o que faria da vida?
— Sobre o que queria falar comigo? — Kiba perguntou de repente.
Shino suspirou, arrancado de suas reflexões. A intenção era de revelar sobre os insetos, mas entendeu que jogar a verdade naquele momento poderia atrapalhar mais do que a relação deles.
— Queria vê-lo — desconversou. Não era uma mentira absoluta, apenas uma parte significativa verdade: sentia falta do garoto.
— Eu também queria ver você. Andei morto de cansaço uns dias desses, agora que to voltando ao ritmo normal. Andei pesquisando os exames passados, mas eles nunca repetem a prova. Só espero que não seja algo que use muito do cérebro. Prefiro ação, sabe? Mas vou me sair bem de qualquer jeito.
— Quer ajuda? Pra treinar alguma coisa?
— Quero! Não que eu precise.
— Não duvido disso. Sei que está se dedicando e sei que vai passar de primeira. Mas se não for assim, não tem problema. Eu não consegui, tive que refazer o teste.
— Foi mesmo — sussurrou. Nem lembrava mais disso.
— Vá com confiança e com a certeza de que sempre terá outra chance.
O incentivo funcionou. Kiba sentiu-se muito mais tranquilo depois de ouvir aquelas palavras.
