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E lá estava Kiba sentado à beira do lago outra vez, num estado de melancolia de fazer dó ao expectador de coração mais intransigente.
Segurava um pergaminho lacrado nas mãos, selado pelo Conselho de Konoha, enquanto os olhos se perdiam no poente de tons escuros preludio de forte tempestade.
Fazia pouco tempo que estava ali, deprimido. E não foi surpresa alguma que Shino viesse ver o que acontecia, mesmo que não chamasse por ele. Não diretamente.
Agora já sabia sobre os insetos que viviam na gola de seu casado. Sabia que Shino vir nos momentos de necessidade não era apenas coincidência ou algum tipo de intuição de namorado. Eram apenas os bichinhos fazendo seu trabalho de proteção.
— O que houve? — Shino perguntou-se sentando ao lado de Kiba.
— Ah... isso — mostrou o pergaminho intacto.
— E o que é?
— O resultado da prova, Shino! — Kiba encolheu-se um pouco — Chegou depois do almoço, mas não tive coragem de abrir...
Shino avaliou a situação rapidamente.
— O futuro Hokage sem coragem de fazer algo...? — brincou tentando descontrair. Obviamente humor não era seu ponto forte. Não funcionou.
Kiba virou-se para ele e suspirou dramático.
— E se eu falhar? Já falhei em tanta coisa... com o treino dos ninken, em continuar com o sonho de Hana, em saber o que fazer do meu futuro. As pessoas estão me ajudando tanto, não quero decepcioná-las! Mas...
— Não vai decepcionar ninguém se falhar no exame — Shino afirmou convicto — Porque nossas expectativas já foram atendidas.
— Como assim? — Kiba soou confuso.
— Sua mãe, Kakashi-sensei, Hayate-sensei, Hana, eu... o que esperamos de você é que continue lutando sempre. Quando se identificou com a possibilidade de trilhar o caminho jounin fez o que todos esperavam de você: tentou. Seguiu em frente.
— Caralho, Shino!
— O resultado não definirá quem você é, Kiba. O que vai fazer com esse resultado sim. Sei que se esforçou o bastante para conseguir passar. Mas exames ninja podem ser cheios de truques. Passar ou não passar são duas possibilidade igualmente fortes.
Kiba começou a se sentir menos pressionado. O medo de abrir o selo do pergaminho e ler sobre seu desempenho era assustador. Porém não tanto quanto pensar no que faria caso aquela escolha desse errado. Queria começar uma nova etapa no relacionamento, indo morar com Shino. Mas precisava firmar seu futuro profissional antes!
— O gato está vivo e está morto ao mesmo tempo, já ouviu falar?
— Quê? — Kiba torceu o nariz — Que gato? Nem gosto de gatos. Mas espero que ele esteja vivo, claro.
Shino suspirou, afável.
— É uma teoria cientifica — explicou — Nesse instante você passou e não passou ao mesmo tempo. Só vamos vencer a angustia e o medo quando ler o pergaminho. Estou aqui com você, independente do resultado. E vou continuar por aqui.
Terminou a afirmação passando a mão pelo rosto de Kiba e o puxando para um beijo. Nenhum dos dois notou quando a chuva mansa desabou silenciosa, entretidos no carinho tão intimo.
Quando se separaram, Kiba sentiu-se forte o bastante para ler o pergaminho...
