12. Uma fanfic baseada na história de produção de uma obra de arte ou que contenha sua história como uma descrição;
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Aburame Shino não era uma pessoa qualquer. Ele não podia ser. Se Shino fosse uma pessoa "padrão normal", jamais conseguiria se relacionar por muito tempo com um namorado "padrão Kiba".
Porque Inuzuka Kiba tinha seu próprio jeito de enxergar o mundo e se comportar, um jeito que podia desafiar as leis da lógica, do socialmente aceitável, do limite da paciência.
Eram jovens, mas com tanta experiência que Shino poderia escrever em um pergaminho com a metragem de um titã! E que nas atuais ponderações, se referia ao conceito de estudar.
Estavam na residência Aburame, com Shino sentado no sofá lendo um livro sobre técnicas de defesa. Kiba, confortavelmente deitado em seu colo, com as pernas jogadas sobre o encosto do sofá, mergulhando morangos em um creme caseiro e jogando-os na boca enquanto tentava ler um livro.
— Mas que coisa chata pra caralho — resmungava.
— Não é chato.
— Olha aqui — balançou o livro mostrando uma ilustração — O cara deitou nesse treco e está pintando o teto. Pintando o teto deitado! Não faz sentido.
— Na época era a forma que eles encontraram. Essa obra é antiga.
— Esses antigos são muito burros.
— Por que acha isso?
— Porque ele deitou pra pintar o teto! Deve ser a coisa mais estúpida que já vi na vida. Eu pensaria em uma solução muito melhor.
— Entendi.
Sim, Shino é o tipo de pessoa que consegue estudar e conversar com o namorado, mesmo que não desse lhe atenção por completo, era o bastante para deixa-lo distraído por um tempo. Se não fosse desse jeito, não haveria futuro para a relação entre duas pessoas tão diferentes.
O silêncio durou o tempo de dois morangos. Shino conseguiu ler quase seis páginas inteiras no máximo de sua concentração. Kiba terminou a explicação da imagem e soltou uma exclamação eufórica.
— É lenda. Ele não pintou deitado, porra. Ninguém seria tão burro, né? Ele montou um tipo de estrutura pra alcançar o teto e acabou com torcicolo... não foi lá muito esperto de qualquer forma, né, Shino?
— Cada um usa as ferramentas que tem — virou uma página.
— Sei — Kiba perdeu o interesse pela história, largando o livro no vão entre seu corpo e o encosto do sofá.
Continuou devorando os últimos morangos, mergulhando-os no creme feito de leite e açúcar. Permitiu que Shino lesse os livros em paz até agora. Era o bastante não?
Perceptivelmente, os conceitos de "estudar" e "paz" diferiam muito nos dicionários Aburame e Inuzuka.
— Shino?
— Hum...?
— Você não acha que já estudou demais essas técnicas de defesa? Minha mãe disse que estudar demais faz a pessoa ficar louca. Muda de matéria...
O tom de voz rouco chamou a atenção do rapaz. Observou Kiba lambendo o creme dos dedos, seduzindo sem intenção; o rosto adoravelmente corado enquanto os olhos fugiam ao contato direto. Impressão sua ou a sala ficou mais quente?
— Que matéria? — perguntou igualmente rouco.
— Anatomia...
A sugestão foi bem recebida. Ainda que Anatomia não caísse na prova, passaram o resto da tarde estudando todos os detalhes do corpo humano.
Shino&Kiba
Notas finais do capítulo
A obra de arte em questão: o teto da Capela Sistina xD
