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Kiba acenou quando reconheceu seu namorado caminhando da saída da estação.
— OE! Shino! — a respiração branca flutuou no ar, invernos em Nova Iorque costumavam ser cruéis. E nem o frio da noite impedia Shino de andar a noite com óculos de sol.
Algo até rotineiro no ninho de extravagancia que era aquela cidade.
— Boa noite — Shino cumprimentou sentando-se no meio fio. Se chegasse perto de Kiba daria a impressão de furar a fila. E as pessoas em sequencia não costumavam reagir bem a atitudes assim.
— Boa noite! — Kiba avançou um passo. Era a vez de ele comprar os cachorros-quentes, pedindo quatro com muito catchup. E então foi sentar-se ao lado de namorado — Aqui.
— Desculpe o atraso. Tive problemas com uma apreensão em flagrante — explicou. Shino estagiava como advogado em um Centro de Recuperação. Nem todo o trabalho profissional salvava alguns dos garotos, infelizmente.
— Que foda — Kiba ficou triste. De vez em quando ia até o centro e jogava basquete com os internos.
— Como foi o seu dia? — notou que o canto dos lábios do namorado ficaram sujos com molho. No fim da descompromissada refeição, limparia aquilo com um beijo, como já fez outras vezes. Era rotina terem jantares românticos sentados no meio fio perto do carrinho com cachorro-quente. Um dia queria levar Kiba a restaurantes caros e elegantes. Mas no momento era um simples estudante ralando para manter a bolsa de estudos.
— Foi ótimo! — respondeu de boca cheia — O time de judô passou para as semifinais! Porque eu luto como um caralho de campeão se salvei geral de ser desclassificado.
Kiba também frequentava a faculdade, mas a bolsa dele veio do sucesso com os esportes.
— Parabens. Estarei na final para torcer por você.
— Obrigado! — jogou o último pedaço do lanche na boca, já se adiantando pra pegar o terceiro — Ne, tive aquele sonho de novo...
— Aquele medieval?
— É. Não sei se é bem "medieval", já que tem uns ninjas e essas coisas. Sonhei que a gente ia morar junto, sabe? — revelou um tanto eufórico, seu jeito de tentar disfarçar o constrangimento — Foi um sonho tão detalhado... pelo menos não era guerra! Se bem que...
— Se bem que...? — Shino comia devagar, saboreando o pão com salsicha e molho.
— Se bem que eu sonhei que você brigou feio com meu melhor amigo. No sonho... foi quase um pesadelo.
— E porque eu brigaria com ele?
Kiba deu de ombros, sem saber o que responder.
— Cada vez mais acredito que foi uma vida passada. E agora a gente tá nessa reencarnação, se encontrou e ficou junto. Tipo almas gêmeas!
Shino pensou que Kiba estava andando demais com Ino, contagiando-se com as loucuras dela. Não acreditava em reencarnação nem em baboseiras similares. Só acatava para ver seu namorado feliz. Para preservar aquele sorriso, faria qualquer coisa.
E, para ser bem sincero, se houvesse mesmo reencarnação, Shino não aceitaria outro destino que não fosse renascer ao lado de Kiba.
De novo.
E de novo.
Por toda eternidade.
Ou até que o carma os levasse ao nirvana.
Shino&Kiba
Notas finais do capítulo:
desculpa, gente. Mas o tema zoou o barraco.
Acho que no próximo já dá pra voltar pra Konoha e resolver as pendencias.
Na cena montada na minha mente... sobra uns sopapos até pro Kiba ~.~
