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Infelizmente no mundo ninja, ao executar missões é impossível prever o resultado. Imprevistos acontecem e planos precisam mudar.
Naquela noite, Shibi acabou não voltando para casa, por isso Shino e Kiba não tiveram a conversa que tanto queriam.
No manhã seguinte, preocupado, Shino desceu as escadas depressa ao sentir a presença do pai. Entrou na cozinha e encontrou o homem sentado à mesa, visivelmente exausto e machucado.
— Pai... — Shino sussurrou sentando-se também.
— Parece pior do que é — Shibi garantiu arrumando uma das faixas que envolviam seus braços. Algumas tinham traços de sangue.
A missão acabou envolvendo um inimigo muito forte e genjutsu quase indefensável, que afetou a mente dos membros do time e fez Shibi perder o controle sobre os insetos por alguns segundos preciosos, que podiam ter custado caro. Mas a habilidade em dominar as técnicas, aliada à experiência e entrosamento dos três homens viraram o jogo e eles conseguiram vencer.
Esse era um risco constante de quem aceitava missões: sempre há uma possibilidade de encontrar um inimigo mais forte. E a jornada se tornar a derradeira campana.
Mas ali estava Aburame Shibi, de volta ao lar. De volta ao filho, a quem considerava sua preciosa família. De volta a...
Nesse momento Kiba entrou na cozinha. O garoto vinha com uma expressão sonolenta acentuada pelos olhos empapuçados de tanto dormir. Havia marcas do travesseiro na bochecha e os cabelos estavam tão bagunçados que era inacreditável. Trajava uma camiseta do namorado que já era naturalmente mais alto, além de preferir camisetas bem maiores do que o padrão, fato que fazia a peça branca descer o suficiente para cobrir a cueca boxer (que por sorte ele vestiu depois dos chamegos noturnos). Atravessou a cozinha parecendo mais na terra dos sonhos do que na realidade. Assistido por pai e filho, abriu a geladeira, pegou a garrafa de água e bebeu um bom gole direto do gargalo. Então a guardou de novo e saiu da cozinha, pronto para voltar a dormir. Estava cansado da noite intensa...
Depois que Kiba saiu da cozinha, um silêncio engraçado dominou o ambiente. Shino se viu suspirando, cruzando os braços sobre o tampo da mesa.
— Nós decidimos morar juntos — acabou por confessar. Não era a conversa que esperava ter, porém com Kiba era tal qual nas missões: acontecimentos imprevisíveis mudavam os planos.
Shibi ergueu as sobrancelhas por trás dos óculos. A expressão em seu rosto não mudou, mas certo ar de diversão desanuviou o ambiente.
— Percebo — falou suave. Fez uma breve pausa, antes de continuar: — Desejaria felicidades a vocês, mas não creio que seja necessário.
Vinha acompanhando aquele namoro desde o começo. Viu momentos tensos, momentos de alegrias, momentos dolorosos, momentos de crescimento.
Momentos que comprovavam que Aburame Shino e Inuzuka Kiba eram uma excelente combinação.
— Obrigado. Eu...
A frase foi interrompida. Kiba apareceu na porta, corado feito um pimentão.
— So-sogrão! Bom-dia!
Pareceu ter caído em si do ato quase sonambulo.
— Bom-dia — a resposta veio séria. Camuflagem perfeita para a alegria em saber que seu filho escolheu bem.
