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Aquilo começou como uma punição. Porque Kiba era sem noção, ia na onda do antigo ex-amigo e depois tinha que arcar com as consequências.
Mas aquilo não continuou como um castigo!
A primeira visita de Kiba ao orfanato aconteceu porque Iruka-sensei ficou muito bravo com ele por bisbilhotar onde não devia. Kiba chegou ali como quem não quer nada, amuado e sem saber o que esperar.
E acabou conquistado por cada uma daquelas pequenas crianças, órfãos deixados pela guerra impiedosa.
No decorrer dos meses, voltou várias vezes para alegar a vida das crianças, com quem desenvolvia um laço especial. Não podia adotar todas, claro! Ou melhor, não podia levar todas para a casinha que terminava de ajeitar. Mas podia colocar todas em seu coração e tratá-las como parte de uma grande família.
Naquela tarde de Halloween, foi com Shino até o orfanato, para participarem da festinha das crianças. Ambos usavam fantasias combinando, Kiba usava trajes de Hokage e Shino ia com as roupas de sempre, pois era o assistente do Hokage.
Eles chegaram com um cesto de maçãs do amor, que haviam feito na noite anterior. Foi um grande sucesso! Todos os pequenos lobisomens, fantasminhas, vampirinhos, bruxinhas e similares cercaram o casal a espera da guloseima.
Em pouco tempo várias boquinhas vermelhas devoravam maçãs espalhados pelo salão de festa. Havia música animada, alguns funcionários acompanhavam tudo e também ganharam maçãs-do-amor.
— A gente devia ter vindo de Branca de Neve. Você podia ser a princesa e eu viria de príncipe! — Kiba não resistiu a comer o doce, também acabando com a boca toda avermelhada de calda.
— Podemos pensar nisso pro ano que vem — Shino desviou os olhos da cena. Os lábios do namorado ficavam tão suculentos naquele tom. Não sabia bem o porquê (talvez fosse a emoção da nova vida que estavam prestes a começar), mas as coisas entre eles andavam mais quentes do que nunca!
— Com certeza — Kiba deu uma mordida enorme na maçã, abocanhando mais do que podia mastigar. Acabou tento que empurrar a fruta pra ela não cair da boca — COROLHO.
Resmungou irritado com a própria gula. Ele não aprendia com os próprios erros! Era um esganado por natureza.
Enquanto tentava vencer na mastigação, os olhos admiravam as crianças que iam terminando de comer e voltavam a brincar. Acabou notando Touji-kun no canto do salão. O menino continuava alheio ao mundo, uma das vitimas mais cruéis da guerra que assistiu aos pais serem mortos e sentiu a tortura dos inimigos na própria pele.
Antigamente, Touji não suportava qualquer contato humano prolongado. Em seus devaneios a pobre criança já se acreditava morta.
Mas aos poucos, e grande parte do mérito era dado ao jeito escandaloso de Kiba em cada uma de suas visitas, o menino parecia recuperar-se. Já conseguia ficar mais tempo na presença de outras pessoas. Era como se a alegria de viver que emanava de Kiba atraísse e ajudasse o menininho.
Ele estar ali naquela festa, aproveitando à sua maneira, foi um grande passo para a cura.
