... de ausências

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Notas iniciais do capítulo

23. Que tenha alguma cena numa lagoa;

Kiba estava sentado na grama fofa, observando o por-do-sol no horizonte

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Kiba estava sentado na grama fofa, observando o por-do-sol no horizonte. Raios avermelhados tingiam as águas estagnadas da lagoa, criando um efeito sobrenatural, como se fosse um espelho feito em ouro.

Ao lado dele, Akamaru cochilava, recebendo uns carinhos atrás da orelha.

O garoto suspirou pela terceira ou quarta vez, dominado por uma melancolia que não lhe era costumeira. Em momentos assim, ia para a lagoa, torcendo para não encontrar ninguém. Desse jeito aproveitava a paz e acalmava o coração.

Solidão era uma coisa boa. Só havia uma pessoa que queria ao seu lado quando ficava tão triste.

Pessoa cujos passos leves e furtivos, tornando a presença inconfundível, se aproximava. Não precisou olhar para saber que Shino estava parando ao seu lado.

— O que aconteceu? — Shino perguntou baixinho.

— Não aconteceu nada. Eu só... — interrompeu a fala. A garganta ardia um bocado. Não queria começar a chorar na frente do namorado.

— Eu sei... o curso especial da Academia — Shino suspirou — A formatura é essa noite, não?

— É! — Kiba soou meio desesperado — Eu vi o pergaminho convidando pras solenidades. Hana-nee sonhava participar. Ela dizia que era a melhor especialização para veterinários do país.

Shino não disse nada. Ele perdeu a mãe quando era novo demais, apenas um bebê. Então desconhecia a sensação. Claro, ele considerava Inuzuka Hana como parte da família. A conhecera desde a infância, uma espécie de irmã mais velha para si também. Mas Kiba era extremamente ligado a irmã mais velha. Os laços no Clã Inuzuka alcançavam níveis inimagináveis. Era assim que Kiba seguia em frente, com aqueles momentos depressivos cada vez mais raros. Porém, quando a tristeza vinha, era de partir o coração.

— Como você sabe? — Kiba perguntou, baixinho.

— Sabe o quê?— o rapaz franziu as sobrancelhas, confuso.

— Quando eu preciso de você, Shino — finalmente ergueu o rosto e encarou Shino com os olhos brilhando pelas lágrimas que os marejavam.

Havia um apelo tão grande naquela mirada, que Shino chegou a entreabrir os lábios para revelar sobre os insetos que viviam escondidos na gola da blusa de Kiba, desde antes do inicio de namoro. Mas Akamaru latiu e quebrou o clima.

— Como assim? — Kiba perguntou para o cachorro, que latiu de novo, como se complementasse o primeiro som — Tem, razão!

Então Kiba ficou de pé e abraçou Shino com força. Foi tão inesperado, que o outro não reagiu a tempo, pois logo o garoto se afastou sorrindo.

— Um dia... um dia vou ser tão esperto quanto você, Shino! E vou saber quando precisa de mim! Akamaru garantiu isso! E ele disse que lágrimas lavam a tristeza, mas que um bom banho ajuda! — mal terminou de falar isso e disparou na direção da lagoa, onde mergulhou com roupa e tudo, depois de um belo grito de guerra.

Shino ajeitou os óculos no rosto. Conhecia Kiba desde sempre, e de vez em quando era surpreendido por gestos assim. Então olhou para Akamaru e teve a impressão de que o cachorro lhe piscava cumplice, protegendo o segredo que garantia a segurança de Kiba.

— Obrigado.

Momentos (ShinoKiba)Onde histórias criam vida. Descubra agora