... que Custam caro

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Notas iniciais do capítulo

87. Que retrate a dor de perder alguém;

 Que retrate a dor de perder alguém;

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Kiba gritou.

Gritou o mais alto que pode. Gritou até a voz desaparecer e, ainda assim, continuou gritando.

Até a garganta doer e o pranto soluçado tornar-se o modo de extravasar a dor.

De joelhos na grama em frente ao lago, na solidão do por-do-sol, ignorando o fiel Akamaru deitado na grama ao seu lado e a aquela presença oculta entre as árvores.

Ele achava que tinha amadurecido, mas descobria-se enganado. Porque simplesmente não sabia como lidar com as decepções da vida, com os planos que se frustraram e deram errado, com os sonhos que jamais seriam concretizados.

Tudo deveria ser diferente, não?

Ele era o homem da casa, infernos! Ele deveria cuidar da mãe e da irmã, não? E mesmo assim, mesmo com essa responsabilidade, suas mãos não foram fortes o bastante para segurar as coisas importantes e protegê-las...

Não conseguiu salvar Hana-nee, a pessoa que sempre esteve ao seu lado, que nunca o desamparou, nunca o decepcionou. Assistiu a mãe sofrer dia após dia, sem saber como consola-la, porque ele próprio se afundava na tristeza da ausência, de não saber o que aconteceu com Hana, onde ela estava por todo aquele tempo.

E Kiba descobriu que saber podia ser tão terrível quanto não saber. Amaldiçoava a decisão de ler o relatório do Conselho que sua mãe escondeu, onde o sofrimento final de sua irmã estava escrito em termos técnicos e frios. Frios.

Tão frios... que congelaram seu coração com a tristeza mais pura.

Depois disso Kiba abraçou um objetivo oculto, um que não se gabava como o sonho de ser Hokage, ele acreditou que conseguiria ao menos prender os culpados. Ao seguir o caminho jounin, ao investigar cada pista relacionada a guerra... ao se deparar com cada beco sem saída... estava guardada a esperança secreta de capturar o criminoso que fez sua irmã sofrer e dar a paz que ela merecia. De ser a pessoa capaz de colocar um ponto final no último legado que a guerra impôs aos Inuzuka.

E por mais nobre que fosse essa intenção, não conseguiu.

Onde ele estava? Comemorando o natal. Se divertindo. Seguindo com a vida apesar da lacuna que nada poderia preencher.

Isso o fazia se sentir ainda mais culpado, como uma grande falha que só decepciona as pessoas ao seu lado.

E nem pôde assistir ao julgamento! Naquele instante Konoha se reunia em frente ao tribunal, mas Kiba não aguentou ficar do lado de fora com a plateia. Apenas correu para o lago e se abrigou na solidão.

Solidão que não era completa.

A presença silenciosa veio sentar-se ao lado dele, oferecendo seu apoio. Shino não aguentou mais presenciar tanto sofrimento.

— De que servem essas mãos, Shino, se não consigo proteger quem eu amo? — a dor contida naquela frase partiu o coração do rapaz.

Ele passou um braço pelo ombro do companheiro e o puxou de encontro ao peito.

— Elas ainda podem segurar os que ficaram, Kiba. Mas nessa noite está tudo bem chorar.

E foi o que ambos fizeram.

Momentos (ShinoKiba)Onde histórias criam vida. Descubra agora