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Havia um ditado em Konoha: quando o gato sai, os ratos fazem a festa.
E tal ditado resumia muito bem metade da situação em que Shino e Kiba estavam. Fechados no quarto de Kiba, fazendo uma pequena... festa.
O único problema era a outra metade: o gato não tinha saído. Ou seja, Tsume estava em casa. Por sorte, quarto dela era longe o bastante para terem certa privacidade.
— Cuidado com a voz — Shino sussurrou próximo ao ouvido de Kiba, antes de dar-lhe uma mordida de leve na pele sensível. Parecia uma provocação tentando arrancar justamente a reação contrária ao que pediu.
Kiba choramingou meio desesperado. A saudade do namorado era grande. Shino voltou a pouco tempo de uma viagem com o pai, e depois disso não arrumaram um tempo só pra eles. Dar uns amassos naquele momento só denunciava o nível de tesão acumulado.
Em vingança pela provocação, Kiba enfiou a mão por dentro da blusa de Shino. Seus dedos estavam quentes, mas fizeram a tez cálida se arrepiar todinha. Sem se dar conta, estavam deitados na cama de Kiba, com Shino sobre ele, tentando livrar-se do casaco.
— Senti sua falta — Kiba confessou, beijando o canto dos lábios do namorado. Precisava segurar um pouco o ímpeto. Caso contrário, suas presas causariam um senhor estrago quando os lábios se encontrassem. Estrago, alias, que já se notava nas costas largas de Shino, as garrinhas de Kiba eram igualmente afoitas ao deslizar pelas costas do rapaz.
Shino não respondeu. Pelo menos não verbalmente; pois Kiba, que estava apenas de pijama, sentiu a excitação inegável contra seu corpo. Não que estivesse em uma situação muito melhor.
O beijo veio em seguida. Dizia mais que mil palavras. Ao contrário do jeito sempre calmo e controlado, Shino pareceu querer recuperar o atraso todo naquele carinho quase selvagem. O gosto forte de amor inebriou.
— Shino... rápido... — Kiba implorou entre ofegos. Apesar do pedido, quando Shino fez menção de se afastar para tirar o resto das roupas, Kiba o puxou de volta para o beijo, dedos se enroscando nos curtos fios de cabelo da nuca.
Pois foi nesse instante que ouviram um golpe contra a porta. Como se alguém tivesse acertado um belo de um chute.
— Mas que falta de respeito é essa dentro da minha casa? — a voz de Tsume atravessou a madeira e fulminou os dois rapazes como um chibatada — NÃO CONSIGO DORMIR COM ESSE CHEIRO DE SALIENCIA!
Eles congelaram. Ambos com reações assustadas, ainda que com sinais visíveis diferentes. Kiba sentiu o rosto esquentar a ponto de explodir. Que constrangedor! Shino ficou pálido feito um defunto.
Do outro lado da porta, Tsume fazia um esforço titânico pra não berrar de tanto rir. Adorava ser sacana com os garotos.
— Vou contar até três e meter essa porta abaixo. Aí de vocês se eu pegar indecências no quarto! — ameaçou brava, camuflando a diversão.
Dois segundos depois, escutou sons de alguém fugindo pela janela. Riu um pouquinho, perdendo o interesse em entrar no quarto.
