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Mãe e filho sentaram-se na cozinha depois que Kiba tomou banho. Tsume aproveitou esse tempo para tirar uns bolinhos de arroz da geladeira e colocar na mesa junto com chá verde morno.
Kiba não se fez de rogado, atacando a comida com voracidade.
Tsume esperou. Conhecia o filho e já tinha uma boa ideia do que ele pretendia dizer. O pesadelo de qualquer pai normal, o momento em que os filhos saem de casa e o ninho fica vazio.
"Normal", porque a guerra mudava toda perspectiva. Sabia por sentir na pele que não existe pesadelo pior do que a morte de um filho. Uma criatura a que deu a luz, que alimentou, cuidou e viu crescer alimentando sonhos e esperanças.
Um pesadelo que se vive acordada e do qual nunca haveria de despertar...
— A missão foi um sucesso — Kiba trouxe a mãe de volta à realidade — Mas não posso contar detalhes, mamãe. Não insista.
— Não vai contar nem pra sua mãe, moleque? Que falta de respeito é essa? — ela sabia do sigilo das missões, só fez aquilo porque conhecia Kiba como a palma de sua mão. Não custava nada amaciar um pouco o ego do moleque.
— Não! Não é falta de respeito. Eu quero ser Hokage e tenho que ser responsável desde a base.
— Se é pelo seu sonho, tudo bem. Guarde os detalhes — Tsume tentou soar brava, mas havia um quê de carinho no olhar que contradizia sua postura. Por sorte o filho só tinha olhos para o prato, então não percebeu.
— Mamãe?
— Hum?
— Eu... eu... — engoliu em seco, observando um bolinho de arroz com fascínio acima da média — Shino e eu planejamos morar juntos.
Soltou a bomba de uma vez só, intuindo que era a melhor saída. Tsume quase girou os olhos. O anel no dedo do moleque e a postura arredia das últimas semanas eram dica mais do que suficiente. Ele não enganava ninguém!
— Vida a dois não é fácil, Kiba. É muito diferente de namoro — foi falando com seriedade. Kiba finalmente ergueu a cabeça e fitou a mãe — É um desafio que você nunca vai vencer sozinho. Requer compromisso, dedicação e doação. Está ciente disso?
— Sim! Eu sei que não é fácil, não tenho expectativas de que vai ser tudo perfeito. Mas o Shino e eu temos uma boa realção, não temos? Ele é incrível. Vai saber lidar com o meu jeito assim como eu sei lidar com o jeito esquisitão dele.
Tsume sorriu com um pontinha de orgulho. Concordava com o filho: não existe ninguém perfeito no mundo, claro. Apesar disso, Shino era uma escolha decente para seu menino. De todas as burradas que o filho já fez, envolver-se com o garoto Aburame era o maior acerto.
Veria seu filho partir no caminho natural que a vida impõe, um pedacinho de felicidade que poderia aproveitar e intercalar as noites de pesadelo.
— Parabéns — falou com carinho.
— Obrigado! — Kiba respondeu lambendo os dedos como se estivesse morto de fome, sempre tão estabanado...
Realmente, um pedacinho de felicidade.
Shino&Kiba
Notas finais do capítulo
me pergunto se estou vivendo ou apenas sobrevivendo a esses temas...
