9. Uma fanfic onde o(a) protagonista é um(a) fantasma;
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Reconheceu a voz dos garotos de longe. Seria equivocado pensar neles como "garotos"? Provavelmente não seriam mais crianças. Apenas jovens. Bem, detalhe que não importava na atual situação.
Quieto, esperou. Seria como das outras vezes, não? Eles atravessariam a floresta, veriam seu vulto e fugiriam para longe. E, um dia, contariam aquela história como parte de um passado distante, engraçado e saudoso.
Com um único e exclusivo porém.
Daquela vez, não foi como nas anteriores.
Ele acertou em cheio ao reconhecer os ninjas que passavam pela floresta. Aburame Shino e Inuzuka Kiba. A visão deles quase o fez rir. Estavam poucos anos mais velhos do que se lembrava, mas inconfundíveis. Não que esperasse Inuzuka chegando meio escondido atrás de Aburame... logo ele, um dos mais impávidos e impulsivos, teria medo de fantasmas?
Sim, foi nessa parte que Sarutobi Asuma errou as previsões. Os dois rapazes não correram para longe, mesmo que um deles desse a impressão de querer muito fugir dali.
— Yo! — cumprimentou. Não era sempre que via tal reação.
— Shi-Shino! Ele falou com a gente! — Asuma ouviu o garoto Inuzuka gaguejar, mais branco que queijo recém coalhado. Mais um minuto e os joelhos do coitado começariam a tremer.
— Kiba, não precisa ficar com medo — a frase de Shino soou mais como uma provocação. Funcionou bem. Inuzuka arrepiou-se e saiu do "esconderijo", postando-se ao lado do companheiro.
— N-não to com medo, maldito! — garantiu um tanto rouco, fazendo Asuma rir.
— Estão perdidos? — perguntou. A noite de lua cheia iluminava bem o caminho, o que tornava a pergunta desnecessária. Além disso, eles eram alunos de Kurenai. Seriam bem treinados sem qualquer sombra de dúvidas. Mais habilidosos do que eles, somente o time que ele próprio treinou.
— Não estamos perdidos — Aburame respondeu, sombrio e sério como sempre — Viemos por você, Asuma-sensei.
— Aa... foram promovidos de ninjas para exorcistas? — a brincadeira soou divertida. Sua figura translucida que flutuava a poucos centímetros do ar tremulou incerta por alguns segundos, antes de firmar-se novamente. Uma imagem assustadora.
— Não. Recebemos essa missão porque Asuma-sensei tem assustado os viajantes e tornado essa rota inutilizável. Konoha precisa que descanse em paz.
— Compreendo — não pareceu de todo surpreso. Até que demorou para que o atual Hokage tomasse providências. Continuou falando com o tom compassivo: — Antes de cumprir sua missão pode me responder uma pergunta?
— Claro — Shino respondeu. Kiba apenas assistia, impressionado com tudo.
— Mirai?
— Cresce saudável. É uma bela criança — o rapaz respondeu sem hesitar, dizia verdades — Kurenai é uma mãe dedicada.
Asuma sorriu, satisfeito.
— Shino... — Kiba resolveu falar, agora mais tocado com a cena do que assustado com o fantasma — Anda logo. Isso é meio triste, caralho.
Aburame Shino acatou o pedido. Começou a mexer as mãos e a concentrar o chacra, pronto para desfazer o genjutsu. Ou melhor, apagar os resquícios do antigo genjutsu. Asuma não era um fantasma de verdade, apesar de parecer.
Era o traço de uma forte lembrança, preso a terra graças à técnica ninja; que desapareceu silencioso quando os ninjas cumpriram com a missão.
