#14. K

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Sugestão de músicas para o capítulo:

Chantily Lace - The Big Bopper (o Kerem canta essa música em um story)

Burning Love - Elvis Presley

Can't Help Falling in Love - Elvis Presley (vídeo acima)

-☆-

Quando chego na cozinha, Hande já estava acordada, com uma xícara de café nas mãos. Pela sua expressão desconfio que não seja a primeira.

-Bom dia. – Eu digo.

-Hmm. – Ela responde. Meio dormindo, meio acordada.

-Dormiu bem? – Eu pergunto achando graça da sua ressaca.

-Uhummm. 

-Você não parece muito bem.

-Obrigada.

Eu sorrio.

Vou em direção ao armário, pegando uma xícara para mim e me sento a sua frente no balcão.

-Você acha que agora é um bom momento para conversamos?

Ela apenas me olha, sem expressão. Está sem força até para reclamar comigo.

-Pensei que podíamos nos programar para a semana.

-Uhum. – Ela murmura.

Começo a enumerar as coisas que tenho que fazer, mas até para mim é chato. Quero apenas ver quanto tempo ela vai demorar para brigar comigo.

Acho que dura no máximo cinco minutos.

-Pelo amor de Deus! Por que você cismou de falar agora? – Ela reclama.

-Perdão, eu estava te incomodando?

-Oh, percebeu agora, Sherlock? – Ela se levanta e vai em direção à pia, resmungando. – Não se pode mais curtir uma ressaca em paz.

Eu gargalho.

-Eu estava brincando com você. Eu sempre sou o mau humorado no recinto. – Eu viro na cadeira para observá-la. – Queria ver como é ser o divertido pelo menos uma vez.

-Há. Há. Há. Divertidíssimo.

-Ok, sem brincadeiras agora. – Respondo, mesmo que ainda esteja sorrindo e achando graça. – Já pensou como faremos com Ayla no sábado?

-Sábado? – Ela pergunta, colocando pelo menos três colheres de açúcar no café.

-Sim, o baile. Esqueceu?

Ela para de mexer a colher por um instante.

-Você ainda quer que eu vá?

-Claro. – Eu respondo com se fosse óbvio.

-Hã. Pensei que tinha mudado de ideia.

-Por que eu mudaria? – Pergunto, confuso.

-Você sabe, depois de ontem... Achei que tivéssemos cruzado uma linha proibida.

-Eu quero que você vá especialmente por causa de ontem.

Ela me olha, um pouco preocupada. Deixa a xícara de lado e cruza os braços no peito, como se tivesse se protegendo.

-Eu não acho que isso seja certo. – Hande diz.

Eu me levanto e vou em sua direção. Paro perto, mas não tão perto quanto gostaria. Vejo que sua respiração se acelera, o que me afeta. Muito.

Someone to youOnde histórias criam vida. Descubra agora