#21. H [+18]

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1 mês depois...

Meu telefone toca assim que pego Ayla do berço. Ela acabara de acordar da soneca da tarde e estava adorável com o cabelo bagunçado e o rosto amassado. Dou um beijo em sua bochecha gordinha antes de pegar o celular do bolso.

-Oi! - Respondo animada.

-Oi, Handemiyy!! - Minha irmã responde, com a mesma animação.

-Tudo bem? - Pergunto enquanto desço as escadas.

-Sim, e você? O que tem feito? Acho que a última vez que nos falamos foi quando Ayla ficou doente.

Eu suspiro.

-Eu sei, sinto muito. Tem sido uma loucura desde então.

Assim que chegamos na cozinha, coloco Ayla na sua cadeirinha habitual. Encontrei uma na internet que tem alguns bichinhos pendurados, toca musiquinhas e faz massagem. Acho que por ela, ficaria ali o resto da vida.

-Como eles estão? Melhoraram? - Ela pergunta.

Eu suspiro, me recordando da saga de duas semanas atrás...

-☆-

2 semanas antes...

-Quer parar de ficar beijando a Ayla? Acho que ela está doente e vai passar para você...

-Primeiro. - Kerem diz erguendo um dedo. - Eu nunca fico doente. Segundo, você está só cismada porque Elcin ficou gripada e você acha que passou para Ayla.

-Primeiro. - Eu o imito, limpando o nariz escorrendo de Ayla. - Não é cisma minha, as duas passaram a semana juntas, é claro que uma passou para a outra. Olha só para a sua filha.

Kerem olha para Ayla, com o narizinho vermelho e escorrendo. Ela espirra e ele ergue a sobrancelha.

-Tudo bem, acho que temos que leva-la ao médico?

-Jura, gênio?

Ele cerra os olhos para mim. - Não precisa ser má.

Eu gargalho, lhe dando um beijo na bochecha e pegando meu celular. - Vou tentar marcar uma consulta com o pediatra dela.

-☆-

Kerem está protegendo Ayla como se sua vida dependesse disso.

Ela está sentada em seu colo, com os braços dele a segurando com força. Ela observa as outras crianças brincando no consultório animada, batendo os bracinhos no braço do pai. Kerem também observa as outras crianças, mas não com a mesma animação.

-Eu não entendo. - Ele diz.

-O que? - Eu pergunto erguendo os olhos da revista que estava lendo por um instante.

-Por que as pessoas tem filhos? - Ele sussurra.

Eu o olho, divertida.

-Eu te faço a mesma pergunta.

Ele acompanha meu olhar para Ayla, e a segura ainda mais.

-Ayla é diferente.

-Se você diz.

Ele volta a observar as outras crianças em silêncio, com o semblante fechado, como se estivesse tentando resolver um quebra-cabeças muito difícil.

O silêncio não dura muito.

-Todas essas crianças estão doentes? - Ele pergunta.

Dou de ombros. - Devem estar.

Someone to youOnde histórias criam vida. Descubra agora