#27. H

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-Ayla! - Eu digo suspirando, assim que pego minha bebê no colo. Aperto-a ainda mais e sinto seu cheirinho de bebê. 

Meu Deus, que saudade! 

Já se passou quase uma semana desde que a deixei com Ipek, na festa. A minha vontade agora é de não solta-la nunca mais. 

Ela começa a me dar beijos molhados na bochecha, mais tentando me morder. Eu limpo as lágrimas do meu rosto, sorrindo. 

-Eu também senti sua falta, meu amor. 

Ipek sorri. - Desculpa ter demorado tanto, Kerem é bem difícil quando quer. 

Eu rolo os olhos. Eu que o diga. 

-Por um momento pensei que não conseguiriam convencê-lo. 

Ela e Anil demoraram mais do que planejamos para convencer Kerem a voltar para o escritório. Bom, era de se esperar vindo de uma pessoa tão teimosa quanto ele. 

Ela bufa. - Bobagem. Vem, entra. 

Ipek dá um passo para o lado, me deixando passar. 

Sinto uma pontada no coração. Da última vez que estive aqui, tudo estava indo muito bem e é estranho entrar novamente na casa que morei por quase seis meses sem ele aqui. Penso se realmente foi uma boa ideia ter vindo. Todo o avanço que fiz durante a semana, tentando tornar as coisas mais suportáveis, se perdeu. Tudo voltou e está mil vezes pior. 

Olho para Ayla sorrindo e brincando com meu cabelo e tiro esse pensamento da mente. Sim, estar aqui novamente vale a pena. Por ela. 

-Tudo bem? - Ipek pergunta. 

-Sim, claro. É só estranho estar aqui de novo. 

Ela faz uma careta. - Eu imaginei. Mas fiquei com medo de sair com Ayla todos os dias para levá-la até você e ele voltar para casa. Acho que surtaria se não encontrasse a bebê aqui. 

Eu concordo. 

-Não, tudo bem. Eu estou aqui com Ayla e é tudo que importa. 

-Certo. Vou terminar o almoço e deixar você aproveitá-la enquanto isso. 

Eu sorrio em agradecimento. 

-Então? - Eu falo para Ayla. - O que tem acontecido por aqui ultimamente? 

Ela faz um barulho de bebê e passa as mãozinhas no meu rosto. 

-Vamos dar uma volta. 

Eu começo a andar pela casa e vou até o meu quarto de pintura. Ou melhor, o que costumava ser meu. 

Abro a porta e tudo está exatamente do jeito que deixei. Até alguns pincéis sujos que havia me esquecido de limpar. Acho que Kerem não deve ter entrado aqui. Coloco-os de molho na água e saio, fechando a porta atrás de mim.

Subo as escadas e passo direto pelo quarto dele e vou para o meu. Paro quando percebo que ele não está como eu deixei. 

Um lado da cama está amarrotado e, do outro, alguns documentos junto com brinquedos da Ayla e o notebook. Na mesa de cabeceira um livro com o marcador na metade. E algumas roupas de Kerem jogadas na cadeira de forma organizada. 

Franzo as sobrancelhas, em confusão. 

-Seu pai está dormindo aqui? - Pergunto, obviamente sem esperar resposta. 

Pego uma bolsa no armário e coloco algumas das minhas coisas que deixei aqui e preciso levar embora. Ele não sentiria falta disso, não é? 

Ouço Ipek chamar no andar de baixo e saio do quarto rapidamente, não há razão para ficar remoendo isso e aumentando o sofrimento. 

Someone to youOnde histórias criam vida. Descubra agora