Someone to you

#41. H

Observo Kerem e Ayla na piscina com um sorriso no rosto.

Desde a primeira vez que ele a trouxe para a aula de natação, acabou virando uma coisa de pai e filha. Estou aqui hoje só porque Kerem precisa ir direto para o escritório para alguns compromissos importantes, mas ainda sim ele não quis deixar de trazê-la.

Vejo as outras mães o encarando dentro da piscina. Eu não as julgo, ele está molhado e sem camisa com uma bebê linda no colo, até eu estou babando. Mas ele não está nem percebendo os olhares que recebe, está concentrado em tudo o que o professor diz.

Kerem tenta se abaixar na água, mas Ayla solta um gritinho e escala seu corpo, tentando escapar. Ele gargalha e então começa a falar com ela, acalmando-a aos poucos. Meu coração explode de amor com a interação dos dois. Ele é paciente e dedicado com ela e Ayla o olha impressionada, sem nem piscar.

Quando a aula acaba, ele a coloca em pé na beirada da piscina e eu a enrolo em uma toalha de joaninhas e a pego no colo. Kerem se apoia para sair da água e então pega a toalha que eu estendo para ele e se seca.

-Eu acho que vou te liberar da tarefa de trazer Ayla. - Eu brinco, depois de observar ao redor. - Seu fã clube está cada dia maior.

Ele para de esfregar a toalha no cabelo e me olha, confuso. 

-Hã?

Eu aponto com o queixo para trás dele e ele vira a cabeça para encontrar todas as mulheres praticamente salivando por ele. Inclusive a filha de uma delas puxa a barra do vestido da mãe tentando, em vão, chamar a sua atenção.

Kerem revira os olhos e acaba de se secar, enrolando a toalha na cintura.

-Está vendo? É bom para você aprender a me valorizar.

Eu cerro os olhos para ele.

-E eu não te valorizo, não?

-Todo dia, linda. - Ele diz, sério, quando me dá um beijo rápido. - Todo dia.

Enquanto Kerem toma um banho rápido eu tiro a roupa molhada de Ayla e o espero do lado de fora enquanto ele termina. Vamos juntos até os carros.

-Quando você vai buscar os quadros? - Ele pergunta, quando acabo de colocar Ayla na cadeirinha e fecho a porta.

Depois que conheci a amiga de Alp, ela logo quis ver as minhas pinturas e, no mesmo dia, já me convidou para expor os quadros entre o natal e o ano novo. O único problema era que eu não tinha um número suficiente de pinturas para mostrar, então encomendei mais algumas telas para que possa me organizar até lá.

-Amanhã à tarde.

-Ah, pensei que fosse hoje. - Ele resmunga, pensativo. - Então você não precisa que eu chegue mais cedo?

Dou de ombros, o puxando pela gravata.

-Só se você quiser.

Ele cerra os olhos para mim e passa os braços ao redor da minha cintura, me puxando mais para perto.

-Isso é uma proposta?

-Sim, estou sentindo sua falta. - Eu sussurro no seu ouvido antes de deixar uma trilha de beijos pelo seu pescoço.

Sinto seu abraço se apertar.