EPÍLOGO #2

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Sugestão de música: Dandelions– Ruth B

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4 anos depois...

-Eu com certeza não sentirei falta de ir ao banheiro a cada cinco minutos. – Eu digo.

Kerem resmunga.

-Eu te amo linda, mas eu espero ser o seu guindaste novamente só quando estivermos mais velhos.

Eu belisco sua barriga e ele reclama.

-Estou brincando.

Estamos a um tempo deitados de qualquer jeito nas almofadas do jardim, ou melhor, do jeito que a minha barriga de quase nove meses permite para aproveitarmos os últimos momentos de tranquilidade.

-Você pensou em mais algum nome? – Kerem pergunta, massageando os meus pés e eu suspiro.

-Só para meninos.

Ele revira os olhos. Decidimos não descobrir o sexo dessa vez, as crianças entraram na brincadeira de tentarem adivinhar e achamos legal esperarmos para ser uma surpresa. Segundo Kerem e o que ele diz ser o seu sexto sentido de pai, será uma menina.

-Qual? – Ele pergunta.

-Raif.

Ele ergue a sobrancelha surpreso.

-Eu gosto desse. Podemos deixar para o nosso próximo filho, porque dessa vez será uma menina.

É a minha vez de revirar os olhos.

-Sinceramente Kerem, no estado que eu estou agora, talvez a gente nunca mais faça sexo na vida.

Ele dá de ombro.

-Você disse isso da última vez...

-E olha onde nós estamos novamente, não é?

Kerem ri e segura minha mão, levando até os lábios e deixando um beijo na palma. Esse gesto me transporta para o dia do nascimento do nosso filho.

-☆-

4 anos e alguns meses atrás...

-Kerem! A mala! – Eu grito da cadeira de rodas.

Kerem literalmente me larga e volta quatro passos para pegar a bolsa esquecida. O que é suficiente para minha cadeira de rodas começar a andar sozinha. Ele volta correndo e me segura.

-Não entre em pânico. – Ele diz.

-Eu não estou em pânico. – Respondo achando graça.

-Que bom, porque não é motivo para ter. – Kerem exclama, alto demais para quem diz estar calmo.

Eu rio, mas apenas por alguns segundos antes de uma nova onda de contrações.

-Você está bem? – Pergunta.

-Sim, tudo certo. - Respondo, tentando controlar a respiração.

Do carro até a entrada do hospital, essa pergunta é repetida pelo menos mais cinco vezes.

-Para de me perguntar isso! Você será o primeiro a saber quando eu não estiver bem, eu te prometo.

O silêncio só durou até entrarmos no prédio e Kerem perceber que antes de irmos para a maternidade, era necessário preencher alguns papeis.

-Papelada? – Ele diz alto. – Isso é uma emergência!!!

Eu puxo pela camisa e o faço sentar ao meu lado.

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