#42. K

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Vocês não estão preparadas para isso ;)

-☆-

Algumas horas antes...

Desligo o telefone com Hande e volto para minha cadeira mais do que frustrado. Isso está tomando mais tempo do que eu imaginava, mas é realmente algo que temos que resolver com urgência. Até mesmo Murat está preocupado.

Anil chama minha atenção com um contrato e ficamos tão concentrados, que me assusto quando Gunfer bate na porta quase uma hora depois.

-Elas estão aqui. - Gunfer me avisa.

Eu aceno com a cabeça.

-Fale com Hande que ela pode ir, estamos finalizando e já saio.

Gunfer parece receosa quando fecha a porta e eu quase sorrio.

-Qual é o problema? - Murat pergunta.

-Nenhum.

Ele revira os olhos, mas eu não falo mais nada.

Desde que ele armou para que Defne reaparecesse, não nos falamos além do essencial e inevitável. Por incrivel que pareça não é algo que me incomode. Pelo contrário, as coisas estão mais fáceis e tranquilas desde que, finalmente, parei de me preocupar com ele ou com o que ele pudesse pensar.

Praticamente consigo ver as engrenagens da sua mente funcionando, tentando encontrar um meio de reverter a situação a seu favor. Bom, nada do que ele faça funcionará. Ele está apenas colhendo o que plantou.

O telefone de Murat toca e ele sai da sala para atender. Anil o acompanha com o olhar.

-Sabe, cada dia que eu me encontro com seu irmão, eu penso que ele não pode piorar. Mas sempre tem o dia seguinte para me provar o quão errado eu estou.

Eu acho graça.

-Murat quer ser o melhor em tudo, inclusive em ser o pior.

Anil bufa.

-E eu achei que uma namorada poderia melhorar o humor dele.

Eu ergo uma sobrancelha. -Defne?

Ele dá de ombros. - É a única que existiu até hoje, não é?

-Eles não são namorados. Murat só se aproximou dela por saber que é a mãe biológica de Ayla. - Fecho o notebook e me levanto da cadeira.

-E que fim deu nela? Ainda por aqui?

-Não faço a menor ideia. - Respondo, desbloqueando o celular para olhar as horas. Sorrio ao ver que Hande me mandou cinco mensagens desde que saiu daqui. - Espero que tenha voltado para o buraco de onde saiu.

Anil ri e muda de assunto enquanto saimos da sala de reuniões e vamos em direção a minha para que eu possa, finalmente, pegar minha filha e ir para casa.

Antes mesmo que pudéssemos chegar no final do corredor, vejo Gunfer em pé, em frente a impressora agitando as pernas nervosamente e batendo na máquina, como se isso fizesse com que fosse mais rápido.

Someone to youOnde histórias criam vida. Descubra agora