Abro os olhos e estico os braços, me espreguiçando. Olho ao redor observando todo o cômodo. É estranho estar de volta e ao mesmo tempo não é.
Eu pensei que não voltaria mais, mas agora que estou aqui, me sinto em casa novamente.
Olho para o relógio e já se passou um pouco mais do meio dia. Caramba, eu dormi por quase quatro horas. Levanto e vou me arrumar. Quando termino, vestindo uma das poucas roupas que ficaram, vou até o quarto de Ayla. Ela continua dormindo profundamente. Por mais que ela tenha dormindo muito no hospital, não é a mesma coisa. Ela deve estar exausta de tudo o que tem acontecido.
Sinto um peso no peito por eu ter sido a responsável por isso. Eu nunca quis abandoná-la. Mas eu precisava me afastar. Tudo estava muito intenso, e eu estava à duzentos quilômetros por hora correndo em direção à Kerem. Quando tudo aconteceu, foi como se tivesse ido direto para uma parede.
As coisas voltarão ao normal agora. Devagar, mas voltarão.
Fiquei pensando em tudo que Kerem me disse a maior parte da noite. A minha vontade foi de me jogar nos braços dele e voltarmos a ser o que éramos, mas não ainda não consigo deixar a insegurança de lado, a dorzinha no peito toda vez que me lembro do que aconteceu.
Eu realmente acredito em tudo o que ele me disse. Que me contaria depois, que não era como ele se sentia e que foi para me proteger. Eu acredito.
Mas na prática... é outra história.
Apesar dele não admitir, eu sei a dependência emocional que ele tem com o irmão. Ele tenta bravamente ir contra, mas é algo que ele começou a se dar conta somente agora.
Eu preciso ter certeza que, quando Murat aparecer, ele não terá influência sobre a vida de Kerem. Não preciso mais que ele nos assuma para o irmão. Pensando melhor durante a noite, concordo com o que Serhat disse e com o que Kerem fez, prefiro mesmo que Murat fique no escuro quanto a minha existência.
Mas a razão principal está além disso. Ele não tem que se impor por mim, nem por Ayla. É por ele mesmo.
Chegou a hora dele cortar essa ligação.
Eu sei que ele conseguirá. Eu não o deixarei sozinho, não fugirei de novo. Mas é algo que ele terá que fazer ele mesmo, mesmo que signifique que terei que nos manter um pouco afastados.
Procuro a babá eletrônica pelo quarto mas não a encontro. Franzo as sobrancelhas, será que Kerem já acordou? Ele também estava morto, a noite no sofá não foi nada confortável.
Desço as escadas e vou em direção à cozinha. O encontro encostado no balcão encarando a geladeira com uma xícara de café nas mãos. Ele está de jeans, blusa azul escuro e descalço.
-Oi. - Eu digo e ele se vira para mim e sorri.
-Oi, conseguiu descansar? - Pergunta, pegando uma xícara e colocando-a no balcão para mim.
Decido ignorar a parte em que dormi no quarto de Ayla e, magicamente, acordei no meu.
-Aham. - Respondo, me sentando na cadeira alta. - Tinha esquecido como aquela cama é boa.
Ele ri, servindo o café.
-Fico feliz. Preciso ir comprar o remédio para Ayla, acabamos esquecendo quando saimos do hospital. Só estava esperando você acordar para poder ir.
Eu franzo a sobrancelha.
-Você não descansou também? - Pergunto.
-Não. - Ele balança a cabeça antes de tomar um gole do café.
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Someone to you
FanfictionKerem Bürsin é um dos maiores empresários da Turquia. Completamente viciado em trabalho, que não aceita erros ou brincadeiras que possam interferir em seu desenvolvimento profissional. Hande Erçel é totalmente o oposto, mas, por ordem do destino, se...