#44. K

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Aqui estou eu de novo para avisar que eu faço curso para ser uber (aka engenharia), então se eu falar alguma merda... não me processem, tenho que juntar dinheiro para a hilux...

p.s.: textos em itálicos foram tirados da internet.

-☆-

-Oi, linda. – Cumprimento o rosto sorridente de Hande na tela.

-Olá. – Ela diz rindo enquanto Ayla tenta pegar o celular. A imagem fica bagunçada e consigo ver os dedinhos da minha filha o segurando firmemente, provavelmente para morder.

Escuto Ayla falar "não" repetidas vezes até ouvir o barulho do celular caindo e ela começar a chorar. Hande resmunga e então coloca o aparelho em pé, apoiado em algum lugar em cima da mesa e eu finalmente consigo vê-las.

-Oi, filha. – Eu falo quando o choro não cessa e ela imediatamente vira o rosto para o telefone e sorri.

-PAPA! – Ela diz animada batendo palminhas e tentando se aproximar da tela. Sua reação aquece meu coração e eu sorrio para ela.

Ficamos brincando por um tempo pelo telefone, com Ayla repetindo todas as palavras que Hande diz ou fazendo caretas, enquanto ela me atualiza sobre o que aconteceu nos dois dias em casa.

-Eu juro, Kerem. Ela escalou o berço em questão de segundos e eu a segurei pela blusa. – Hande me conta e eu acho graça da situação. – Você está rindo porque não foi com você. Eu senti minha alma saindo do meu corpo e tive que me sentar por uns vinte minutos até conseguir respirar normalmente de novo.

-Fico feliz que terei uma parceira para aventuras... – Eu a provoco. Hande tem pavor de tudo que tenha radical ou altura na mesma frase.

Ela bufa.

-Vai mesmo, porque enquanto eu estava tendo um ataque cardíaco com o susto, ela estava rindo como se nada tivesse acontecido. – Hande balança a cabeça e olha para Ayla. –Escalar você escala, mas andar que é bom nada, não é?

Ela olha para Hande com um sorriso enorme no rosto, mostrando pequenos dentinhos brancos.

-"Ão". Ayla responde, tentando dizer "não", mas nessa altura já sabemos que pode significar sim, não, oi, tchau... Praticamente qualquer coisa.

Eu rio com a interação das duas, mas me preocupando com o novo interesse de Ayla em escalar o Monte Everest dos bebês e voar.

-Você conseguiu abaixar o berço? – Pergunto. Hande pega um brinquedo que Ayla jogou longe e a entrega de volta. O dinossauro roxo vai direto para a boca.

-Consegui, sim. Aproveitei e tirei tudo de dentro também para não correr o risco dela usar como degrau.

Hande olha pensativa para Ayla e arruma o seu cabelo, que já está enorme. Sinto um aperto no peito.

-Sinto falta de vocês. – Falo, esfregando o local.

Ela vira para a câmera e me dá um sorriso triste.

-Nós também. Quando você volta? – Ela pergunta e eu sei que, em parte, também é um pequeno teste. Ela quer saber se estou me lembrando da promessa que fiz antes de viajar.

-Amanhã a tarde. – Respondo e ela cerra os olhos para mim. – O que? Vou chegar um dia antes do aniversário. Só lamento não poder ajudar você organizar.

Hande faz um sinal de desdém com as mãos.

-Você terá trabalho suficiente no dia da festa. Além do mais, Ipek tem me ajudado muito.

Someone to youOnde histórias criam vida. Descubra agora