#17. H [+18]

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-Ok, isso não está funcionado. - Kerem aparece na cozinha com o semblante frustrado.

-O que não está funcionando? - Eu pergunto enquanto mexo o molho na panela.

-Isso. - Ele diz apontando para nós dois.

Eu congelo.

O que ele está querendo dizer? Ele não quer mais? Não tem nem uma semana do nosso primeiro beijo e ele já está desistindo?

-Acredite em mim quando eu digo que já pensei em mil maneiras de melhorarmos a situação. - Kerem continua, sem dar muita importância ao meu estado. Ele fica sério, como se tivesse finalmente resolvido tudo. - É isso, eu desisto.

Meu coração está acelerado em meu peito e acho que parei de respirar. Ele está desistindo? Realmente, desistindo?

Começa a passar um filme em minha mente. Será que ele ainda vai querer que eu continue aqui? Fazendo parte da vida de Ayla? Eu terei que partir?

-Eu... eu acho que eu não entendi muito bem. - Eu consigo responder.

-Não me venha com esse papinho agora só para que eu te fale que você estava certa e eu errado.

Espera... O que?

-O que? Do que você está falando?

-Você vai mesmo me fazer falar isso, não é? - Kerem suspira. - Tudo bem, Hande. Você estava certa e eu estava errado. Eu deveria ter contratado uma babá quando tive a chance.

Eu paro um segundo antes de começar a rir.

Esse homem quase me matou do coração por um momento.

-Não precisa de tanto assim. - Ele diz, bravo.

Eu abaixo o fogo e dou a volta no balcão e fico em pé entre as suas pernas abertas. No momento em que passo as mãos pelo seu pescoço, ele me envolve em seus braços, como se fosse combinado, como um passo de dança coreografado.

-Eu não estou rindo de você, estou rindo de mim.

Ele me olha confuso. - Por que?

-Eu pensei que você estava falando... Quer saber, não importa. Quero saber o que te fez mudar de opinião.

Kerem me estuda por alguns segundos, sei que ele não está satisfeito com a minha resposta, mas ele deixa passar mesmo assim.

-Por que eu não consigo ficar meia hora que seja sozinho com você. - Ele diz e eu juro que está fazendo um biquinho.

-Nós dormimos juntos ontem. E anteontem, e na noite anterior...

-Sim, mas com a Ayla no meio. Não se faça de boba, Srta Erçel.

Eu sorrio e ele continua.

-E sua irmã... Ah, sua irmã não me engana. Aposto que está fazendo um complô com Ipek.

Eu gargalho. - Do que você está falando? As duas nem se conhecem.

-Há. - Kerem desdenha. - Você quem pensa. Calango cheira calango. Você não acha muito estranho que, de repente, elas adoram passar o tempo aqui? E, apesar de estarem sempre aqui, e eu digo SEMPRE MESMO, as duas nunca se encontraram?

-Tudo bem, é um pouco estranho. Mas é só coincidência. E elas não estão aqui o tempo todo.

Eu digo mais para amenizar a situação, mas realmente a presença de Ipek e Gamze nesta casa se tornou algo cotidiano e longo. Muito longo.

Ipek inclusive passou dois dias aqui, pois tinha "brigado" com Anil que, por sua vez, quando veio buscar sua mulher apenas negou com a cabeça pedindo desculpas e a levando embora.

Someone to youOnde histórias criam vida. Descubra agora