#24. K

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Isso nunca vai dar certo.

Vejo Hande esfregar as mãos. Ela está nervosa, assim como eu.

Pensei em milhões de desculpas para não ir a esse evento, porém nenhuma era plausível o suficiente.

Pego sua mão esquerda e entrelaço meus dedos aos seus. Sua mão está fria e ela me dá um sorriso amarelo, como se pedisse desculpas por isso. Eu a levo até a minha boca e deixo um beijo suave nas costas da sua mão.

Ayla começa a fazer alguns barulhinhos com a boca e nós sorrimos.

Isso me tranquiliza.

Talvez não seja tão ruim assim.

-☆-


-Vocês estão envolvidos com a máfia ou algo assim? - Hande pergunta assim que paramos o carro na entrada.

Eu rio. - Não, essa é a casa de campo do dono de uma das empresas da holding.

Ela faz uma careta. - Essa é a casa de campo?

Eu aceno.

Hande faz uma careta. - Imagina a casa normal dele, então.

Eu saio do carro e entrego a chave para o manobrista. Pego a bolsa no banco de trás enquanto Hande pega Ayla. Apoio a mão nas costas dela enquanto vamos para dentro da casa.

Assim que passamos pela porta, recebemos uma dúzia de olhares curiosos. Olho para a janela e avisto Anil e Ipek no jardim dos fundos e começo a conduzir Hande até lá.

-Bom. - Eu começo. - Pelo menos terão um assunto para falar no escritório na segunda.

Ela sorri. - Se eu te beijar agora, acho que terão um derrame.

-Isso é uma oferta?

-Talvez. - Ela pisca para mim.

-MEU DEUS! - Ipek exclama, assim que passamos pelas portas rústicas de madeira. -Olha quem está aqui!

Ela vem em nossa direção e, antes mesmo de nos cumprimentar, pega Ayla do colo de Hande.

-Oi, meu amorzinho. - Ipek diz. - Estava sentindo tanto a sua falta! Você cresceu demais!

Hande bufa. - Nem te conto a última.

As duas engatam em uma conversa animada enquanto eu cumprimento Anil. Sinto dois bracinhos rodeando a minha perna.

-Ora, o que é isso? - Pergunto, sorrindo para Nil.

-Oi, tio Kerem. - Ela diz, piscando os olhinhos para mim.

Eu a pego no colo e ela rodeia o meu pescoço.

-Adivinha? - Ela pergunta, animada.

-O que?

-Meus pais vão fazer uma festa de Halloween! - Nil avisa, jogando os braços para cima.

-Mas o Halloween não é só em outubro? - Pergunto, franzindo as sobrancelhas.

Ela faz uma carinha triste e Anil pisca para mim. Merda.

Someone to youOnde histórias criam vida. Descubra agora