Brooklyn - Sally - Parte 4

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- Que noite maravilhosa! Scourge foi uma gracinha comigo o tempo todo, me acompanhando em todos os brinquedos e comendo muita coisa gostosa a cada cinco minutos. Foi a primeira vez que senti tamanha felicidade com alguém, é uma sensação tão boa, como se meu coração estivesse adormecido esse tempo inteiro e alguém o ligou com um desfribilador usando o motor de um carro.

- Ele me pediu meu número de telefone e eu totalmente distraída anotei num caderninho que ele carregava, distraída porque, como vou falar com ele por telefone? Somente vou poder escutar ele! Então ele me explicou que ligaria apenas para me deixar avisada de quando ele iria me visitar em casa e, mesmo que eu estivesse ocupada ele ficaria lá porquê gostou muito de mim e queria me ajudar em tudo que eu precisasse.

- E bem, como eu não queria ser grosseira com o simpático garoto, eu tomei a liberdade de explicar toda a minha rotina para ele alí mesmo, que não é muito complicada, eu trabalho na oficina de segunda à sábado, das 5:00 horas até às 18:00 da noite, e ainda fico mais um pouco pra organizar toda a minha logística com o dinheiro e as peças que vou precisar no dia ssguinte, ele ficou chocado com o tanto de tempo que eu fico trabalhando, mas eu disse que como estou em casa, não fico cem porcento desss tempo no trabalho, pois costumo tirar umas sonecas e sair para o outro lado da cidade levar e buscar minha avó no centro recreativo do Bronx, sendo assim, considero esse horário como período em que estou totalmente ocupada e não posso fazer mais nada à não ser cuidar da oficina. O bichinho ficou um pouco triste por eu não poder dedicar meu tempo à ele mas de alegrou quando eu disse que aos domingos estou totalmente livre e costumo sempre ficar em casa assistindo, dormindo, descansando sem me preocupar com mais nada à não ser minha saúde e sanidade mental. E não vamos esquecer é claro de que tem o culto da igreja bem cedinho antes do horário em que a meninada joga futebol em quase todas as ruas do Brooklyn, onde eu levo minha avó e toco piano na Orquestra Sinfônica da Santidade de Cristo (OSSC), Esperando o senhor me abençoar com muita alegria e saúde.

- E pelo visto, aconteceu! Duas semanas depois um amigo de negócios me ofereceu uma oficina bastante maior e em um local mais privilegiado pela freguesia da classe alta de Nova York, usei todas as minhas técnicas de pechinchar para alcançar um preço razoável tanto para mim quanto para ele e tive que usar toda a aposentadoria de minha avó para pedir um empréstimo no banco e eles aceitarem o acordo de que em cinco anos vou poder quitar a dívida enquanto monto a garagem mecânica e a deixo pronta para abrir e trasferir todos os meus clientes e conquistar muito mais, assim aumentando minha condição financeira para pagar ao banco tudo que devo.

- No meio do caminho, tive muitas experiências novas com Scourge e o seu estilo de vida mais ousado e até um pouco fora da realidade.

Scourge - Você vai estar livre nesse domingo?

Aqui os dois já estão com dois anos de namoro nas costas.

Sally - Eu sempre estou disponível aos domingos Scourge. Pode me passar o alicate?

Scourge - Aqui.

Sally - Obrigada.

Scourge - É verdade. As vezes eu esqueço. É muita coisa passando pela minha mente, tem os meus bicos, os estudos, minha mãe que ainda enche o saco com o nosso lance... Essas coisas.

Sally continua ajustando o motor do carro enquanto Scourge a observa esperando sua resposta, mas Sally está ocupada demais e não pode usar as mãos agora para falar com seu namorado bastante prestativo em sua oficina.

Scourge - Desculpe se eu estiver atrapalhando. As vezes eu viajo na maionese.

- Ele tem o péssimo hábito de esquecer desses pequenos detalhes mesmo. Mas o pior de todos é quando ele acha que estou chateado com ele só porque não consigo encontrar uma reposta para suas frases sem sentido como essa que ele acaba de dizer. Como acha que sua presença aqui me atrapalha benzinho? Eu fico é muito feliz de ter você aqui para me ajudar enquanto meus outros dois ajudantes estão na outra oficina organizando tudo para eu poder migrar para lá. O pobrezinho fica olhando para mim fascinado com o meu modo de saber como cada peça se encaixa em cada canto do automóvel e sem querer, as vezes se esquece de que eu preciso das mãos para falar com ele, eu nunca fiquei brava com ele por isso, se é difícil para mim, imagina para ele que nunca precisou ficar sem usar sua voz para experimentar a minha deficiência em nenhum momento. Se acostumar com isso é complicado mesmo, mas por ele entender libras e se comunicar comigo muito bem, isso passa batido pela nossa relação firme e duradoura.

Scourge & Os Freedom Fighters - Anos 80Onde histórias criam vida. Descubra agora