Manhattan - Nicole - Sem Remorso

4 3 0
                                    

Algumas horas antes.

- Ainda é de madrugada. E como eu não tenho o costume de dormir, deixo Sally em sua cama depois de tê-la feito feliz com suas paixões a noite inteira. Me teleporto para fora de sua casa, flutuando em pleno ar com a queda de flocos de neve deixando toda a superfície de Nova Iorque branca. Uso minha visão raio-x e a vejo dormir tranquilamente em suas cobertas, tendo alguns espasmos musculares durante seu sono mas nada brusco, somente fofa. Parto na velocidade do som quebrando a película de ar dos seiscentos quilômetros por hora rumo aos céus dessa noite nublada de Dezembro, atravesso as nuvens cheias de cargas d'água com quedas altas de temperatura e solidificando as gotas de chuva, e chego na região atmosférica onde posso ver a grande e bela Lua, assim como posso ver a cidade brilhante e linda de NYC, com todos os seus distritos distintos um do outro, cada um com seus problemas e virtudes. Não sei bem o que Aristóteles diria ao ver toda a matemática envolvida nesse processo de construção da cidade mais peculiar deste país. Apenas sei que eu fico maravilhada a cada vez que me aprofundo em seus prazes da vida cotidiana e monótona desta cidade.

- E como monótona que é, temos aqui uma ocorrência de assalto à mão armada em uma joalheria de Manhattan. Mas eles ainda não saíram do carro vestido com as máscaras e as bolsas para furtarem as jóias. Devo esperar e pegar os criminosos em flagrante? Ou impedir que uma fatalidade aconteça? E pelo tempo que uso sem virtude, eles puderam invadir o local e render todas as pessoas lá dentro.

Assaltante 1 - Mãos pro alto caralho! Sem nenhuma gracinha! Se olhar torto eu te mato!

Assaltante 2 - Você! Vai pra lá pro canto porra! Sem nenhum pio! Nenhum grito!

Assaltante 3 - Começa a pegar as jóias filho da puta! Rápido com isso! A sirene vai voltar a funcionar em minutos!

Assaltante 2 - Você aí grandão! Vêm aqui porra! Tá querendo fuder a gente! Quer morrer! Quer morrer caralho!!?

Reféns - Não!! Por favor!!! Não façam isso! Levem o que quiserem!

Assaltante 1 - Você cala a boca senão eu te mato! Vamo logo com isso porra!

Tibum!!!

- Pouso forçado em frente à joalheria. Vejo os três assaltantes tocarem o terror dentro do estabelecimento e me aproximo à porta chamando suas atenções.

Nicole - Senhores. Não quero ter que matar cada um de vocês. Parem com o assalto e rendam-se.

Assaltante 2 - Ela chegou! Andei logo com isso porra!

Assaltante 3 - Ela não pode nos matar! Temos os reféns de testemunhas!

Nicole - É o meu último aviso senhores. Não tenho a lei contra meus atos. Larguei as armas.

Assaltante 1 - AGORA!!!

- Olhei para trás e notei cinco carros sedans preto com vários criminosos saindo de dentro deles. Todos fortemente armados e prontos para atirar em mim.

Assaltante 1 - ATIREM!!!

bam! boom! bum! pam! pum! bam! boom! bum! pam! pum! bam! boom! bum! pam! pum!

bam! boom! bum! pam! pum! bam! boom! bum! pam! pum! bam! boom! bum! pam! pum!

pum!...

Assaltante 1 todo ensanguentado de furos por tiros - Aaaaaaahhhh... Mas... O que...

- Recebo todas as balas em meu corpo, todas entrando em mim e me fazendo tremer com os projéteis atravessando meu corpo. Mas nenhuma bala nesse mundo é capaz de me machucar. Nenhuma amar nesse mundo é capaz de me matar. Todas elas viraram pó ao tocar em minha pele transferindo energia magnética e destruindo bala por bala com minhas partículas sub atômicas. Um espetáculo de luzes para se ver em plena madrugada de Dezembro. A sensação de centenas de balas me penetrando se parece com um grande orgasmo causado pela adrenalina do corpo ao usar bastante calorias para repudiar todos os projéteis. Mas temo que só eu possa saber do que se trata, já que o criminoso perto da porta, que recebeu as balas destroçadas depois de atravessarem por mim, está agonizando de dor em pé e com os olhos saltando do globo ocular do crânio. Ele cai vagarosamente em meio à uma poça de sangue e larga sua arma que viaja pelo chão até bater em meus pés. Eu me agaixo e pego a arma, analiso seu funcionamento, com cautela, e a destruio em bilhões de pedaços no ar. Todos os outros criminosos recarregam suas armas e iniciam um novo disparo.

bam! boom! bum! pam! pum! bam! boom! bum! pam! pum!
bam! boom! bum! pam! pum!

pum!...

- Desta vez, quebraram a vidraça da joalheria e todas as joias lá dentro. Esse foi o tempo que eu tive que criar para distrair todos eles até um helicóptero da polícia de Manhattan chegar, junto de carros do batalhão da tropa de choque da polícia militar. Mas, antes de todos chegarem e renderem os criminosos, vejo dentro da joalheria.

- Os reféns.

- Estão todos mortos.

- Todos. Nenhum se salvou.

- E a culpa. De quem foi?

- Minha.

- Ando pelos estilhaços da vidraça dentro da joalheria, tentando achar alguém vivo, mas estão todos mortos. Os criminosos lá fora iniciam uma nova onde tiros contra mim. Eu me viro com o rosto em fúria, caminho até fora da joelheira, e faço todos eles pagarem com a mesma moeda.

- Mas de uma maneira pior.

- Uso meu poder de aquecer os atomos dentro de mim, e os fiz explodir em uma onda de calor que fez todos eles ao meu redor se petrificarem, assim como em Pompéia.

Corpos e corpos de criminosos petrificados. Uma onda de calor que se dissipou rapidamente antes de atingir o helicóptero e os policiais. Assim que pararam os carros e desceram deles, com a ajuda do holofote do helico, foi possível ver as recentes estátuas formadas e esfumaçando bastante ainda, se alguém tocar antes de esfriar, corre o risco de desmoronar. Os policiais caminharam pasmos olhando os corpos, uns com posições bizarras e outros petrificados sem terem tempo de perceberem. O calor do chão os fez se afastarem sem poderem olhar como estavam as vítimas, os reféns, do grande assalto à mão armada a joalheria de Manhattan.

- Deixei o local antes de qualquer um perceber. Fui parar na estátua da liberdade novamente, desta vez cheia de neve cobrindo sua forma escultural. Ainda estou com fumaça saindo de meu corpo, nunca tinha de fato usado esse poder. Não acho que foi um momento ruim de ter experimentado, pois eu poderia ter evitado tudo isso se eu tivesse chegado mais cedo, mas não o fiz, e agora? Agora vou conviver com esse acontecimento assim como com todos os outros que já presenciei por toda a minha pequena e curta vida.

Scourge & Os Freedom Fighters - Anos 80Onde histórias criam vida. Descubra agora