Central Park - Sally - Parte 2

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- Assim que fiz dezoito ano, a oficina já era a mais movimentada do Brooklyn, eu consegui aumentar o espaço de trabalho e contratei dois novos ajudantes que eram jovens e com necessidade de ganhar dinheiro para ajudar a família. Os móveis de minha casa começaram a ser trocados de pouco em pouco, cada vez mais modernos, meu quarto finalmente ganhou o espelho e o kit de maquiagem que eu tanto queria, mas... onde eu usaria esse tipo de coisa? Nunca saí com ninguém nessa vida.

Sally e sua avó estão sentadas no sofá que acabara de comprar, assistindo TV no sábado à noite, Sally está com o semblante no colo de sua avó enquanto seu corpo está deitado no sofá com os pés descalços no braço do sofa. As duas comem pipoca nesse momento e bebem refrigerante de guaraná que Sally comprou antes de fechar a oficina horas mais tarde.

Avó: minha neta. Talvez você deva ir ao parque de diversões que estão inaugurando nesse final de semana. Você precisa sair daquela oficina, está lá a tempo demais, tenho medo de que você não consiga estabelecer um contato com o mundo ao seu redor.

Sally (e não se esqueça! Usando sempre a linguagem de sinais): Tem razão. Estou sempre na oficina. Meu relacionamento com meus ajudantes é totalmente profissional. Eu nunca quis sair com ninguém, se é o que você quer dizer vovó. O trabalho subiu à minha cabeça e as vezes esqueço de que já sou uma mulher adulta sem amigas e sem os 'padrões' de beleza de hoje em dia, nem tenho as manias de me embelezar. Talvez o meu jeito de viver seja muito diferente para alguém querer gostar de mim.

Avó: Como você vai saber? Se nunca tentou? Antes de eu partir para o outro plano terreno, quero ver você como uma mulher de verdade, cuidando de si mesma, as sujeiras de gracha escondeu por baixo a linda moça que você se tornou.

- Minha avó como sempre, coberta de sabedoria. Eu mal observei meu corpo se desenvolver como ele está agora, estou alta e com volume em todos os cantos, mas magra e com a pele clara demais por não sair muito da garagem. Preciso começar a me cuidar mais, nem pareço uma mulher do jeito que estou, vestida com uma camisa masculina, short fora de moda, cabelos grandes mas amarrados de qualquer jeito só para não me incomodar. Estou um trapo!

Avó: Ainda há tempo para você se arrumar e ir à inauguração do parque. Vá! Você tem tudo de que precisa. Eu fico aqui esperando sua transformação enquanto assisto TV.

- Eu não neguei o pedido de minha avozinha. Tão velha, tão cansada com seus oitenta anos de idade. Tratei de me levantar e ir direto para o banheiro.

- Lá dentro, tirei minha roupa e coloquei água quente na banheira, mas antes de entrar, observei que o espelho ficou cheio de vapor e então fiquei curiosa para me olhar no estado em que estava.

- Lá dentro, tirei minha roupa e coloquei água quente na banheira, mas antes de entrar, observei que o espelho ficou cheio de vapor e então fiquei curiosa para me olhar no estado em que estava

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- Olhos com um buraco negro ao redor das pálpebras resultado da minha insônia. Cabelo gigante, sem cuidado nenhum, sujo, todo embaralhado, com mechas quebradas da metada das costas para baixo. Se me lembro bem, há uma tesoura bem aqui, eu a encontrei e tratei de cortar todas as mechas quebradas, o resultado? Foi a metade do cabelo vermelho e quebradiço no chão enquanto eu vejo o resultado no espelho e, apenas com ezse primeiro cuidado que tive comigo mesma, já encontrei uma nova Sally Acorn, agora com ombros e braços visíveis. Depois de jogar o cabelo cortado pelo ralo, coisa que não é a certa a se fazer, tentei encontrar um penteado ideal para minha personalidade fora do padrão, e o que achei foi um topete seguido de uma mecha caída em frente ao meu olho esquerdo e o resto do cabelo atrás preso em um rabo de cavalo com as pontas tocando nas minhas costas. Logo depois, desfiz o penteado para poder tomar meu banho na água gelada e tive um problema, meus pelos, além dos pelos que cobrem minha pele, os pelos das outras regiões estão muito grandes, tive que tirar tudo e isso me rendeu algumas horas de dor e trabalho duro até ficar completamente lisa. Tomado meu banho, agora tenho outro desafio, encontrar um padrão no meu rosto para poder me maquear, algo que eu não faço à muito tempo... Acho que desde que me conheço como pessoa. A toalha seca meu cabelo para poder usar a touca térmica, o espelho escorre gotas d'água, o que me chama a atenção para olhar para o meu rosto de novo, agora mais limpo... Mais claro... Vejo que meus olhos não perderam a cor brilhante, que meus lábios não são pretos como a gracha, que meus ombros as vezes ficam muito caídos... Uma desajeitada completa.

Scourge & Os Freedom Fighters - Anos 80Onde histórias criam vida. Descubra agora