"I believe that you're for me, I feel it in our energy. I see us written in the stars... we can go wherever, so let's do it now or never. Baby, nothing's ever, ever too far." Dua L.
Dez – ou talvez onze – horas separavam Anahi de seu novo lar pelos próximos dois anos. Ansiedade, nervosismo, pânico e aquela maldita vontade de chorar até a cabeça doer lhe acometiam a cada cinco minutos. A bagagem estava na sua frente... bem, o monte de bagagem que ela tinha direito, fora o que Maite lhe enviaria pelos próximos meses. Sabe como é, o ponto de equilíbrio também tinha seus exageros.
As despedidas ficaram pelo caminho, não era muito boa nesse quesito e não queria desabar em lágrimas ainda mais, mas seria impossível controlar o impulso de seus melhores amigos.
Depois de despachar as malas e rodar pelo saguão do aeroporto internacional com sua mala de rodinha prateada – e os milhares de adesivos que ganhou ao longo dos anos, pois tinha pânico de que confundissem a sua bagagem e levassem para casa as suas preciosidades – sentiu um frio na barriga ao escutar a voz embargada lhe sussurrar no ouvido.
– Eu não me contentaria com a-aquela despedida.
Os cabelos acastanhados, com as tão características mechas loiras quase bateram no rosto delicado de Maite quando virou de supetão, mas o "susto" rapidamente deu lugar a emoção. Era impossível não se debulhar em lágrimas ao vê-la ali... ao vê-los ali. Os quatro. Maite, Christopher, Dulce e Samantha.
Sentiria muita falta de sua família, mas seus melhores amigos... aquela sim era a sensação mais insuportável que ela já havia sentido nos últimos anos.
– M-mai, o que você... – Soluçou olhando-a. – Vocês... – Tentou argumentar ao expandir sua visão para os outros amigos, mas não conseguiu continuar pelos soluços repetidos que acabou dando involuntariamente.
– Sei que não gosta de tantas despedidas, mas não era justo você entrar pelo portão de embarque sem dar um "tchauzinho" para alguém. – Christopher brincou se aproximando e não controlou a vontade de abraçar as duas ao mesmo tempo.
Era temporário, obviamente, mas ali era a espécie de divórcio daquele trio que por anos vivenciou as melhores e as piores experiências de ser um adulto responsável. Ou irresponsável, depende da perspectiva. E não era como se Anahi retornasse dali dois anos e eles voltassem a morar juntos novamente. Isso não aconteceria mais, era um fato.
E era assustador.
Seria como virar adulto já inserido na fase adulta. Só mais um monte de mudanças que poderia desestabilizar o psicológico de qualquer ser humano meramente controlado, ou descontrolado, isso também depende da perspectiva.
– Eu que sempre s-soube o que falar em todas as horas possíveis, não estou conseguindo falar mais nada. – Maite sussurrou olhando os belos olhos azuis de Anahi. – Sei que você vai ser a melhor da universidade, vai me d-deixar ainda mais orgulhosa por ter uma amiga mestre...
– E-eu também estou sem palavras... – Anahi a interrompeu chorando. – Eu vou sentir tanto a falta de vocês, que inferno, maldita hora que resolvi estudar em outro continente. – Lamentou entre uma risada. – Espero que o tempo voe e que logo mais vocês estejam no aeroporto me esperando.
– Nós estaremos, sempre.
Dulce e Samantha que estavam um pouco afastadas respeitando a despedida dos três, não conseguiram controlar a vontade de se juntarem àquele abraço. Afinal de contas, o "trio" já tinha virado quinteto há algum tempo.
– Vocês d-duas... – Anahi sussurrou saindo do abraço e olhando para Dulce e Samantha. – Sabem que sou a única pessoa racional e responsável que habitava naquele apartamento... – Riu enquanto esfregava um de seus olhos. – E eu sei que assim como eles são os amores da minha vida, eles também são os amores da vida de vocês. Cuidem deles por mim?!
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Cinco passos para conquistá-la [Vondy]
RomanceSegundo Steve Jobs... melhor dizendo, segundo Maite Perroni sempre devemos racionalizar e organizar as nossas ideias em cinco passos. Ideias ou vingança, aí fica a seu critério. Só não se esqueça que você pode entrar em uma zona de perigo, se apaix...