Capítulo 51 - Típico cara abusivo

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"Where I can run just as fast as I can. To the middle of nowhere. To the middle of my frustrated fears and I swear, you're just like a pill instead of making me better you keep making me ill." Pink.

[*] Alerta de gatilho. Caso seja testemunha de algo semelhante, ligue para 180 e denuncie.

Por cinco minutos, o tempo em que perdeu – "perder" talvez não seja a palavra correta – com Samantha foram suficientes para coloca-la uma vez mais na frente daquele que ela mais do que nunca gostaria de esquecer, mesmo que ele não facilitasse muito as coisas para isso acontecer. Bem, se pudesse voltar no tempo ela desejaria nem o ter conhecido.

– Fala Maite. – O tom calmo, mas gélido lhe fez sentir um leve arrepio na nuca e pela primeira vez era algo semelhante a medo.

Tentou puxar o braço, mas a fisgada foi grande por ele forçar ainda mais o aperto na pele clara. Maite nunca havia conhecido o lado abusivo de Pablo, não da forma como uma pessoa com essas características é descrita, nem de longe o pouco tempo em que ficou com ele foi o martírio que Dulce vivia há anos, mas algumas coisas poderiam ser facilmente pontuadas depois daquele término conturbado: ele não aceitava verdadeiramente o fim daquela relação e, o que aumentava fervorosamente conforme ele percebia o quanto a amava – de uma maneira possessiva, vale lembrar –, era o ciúme obsessivo e que agora parecia lhe cegar.

– Me solta. – Maite sussurrou tentando puxar o braço mais uma vez.

– Desde quando você se relaciona com mulheres, Maite? E a Samantha ainda? – Perguntou um pouco furioso, puxando-a contra o seu corpo e conseguindo fazer algo que quase ninguém conseguia com ela, amedronta-la.

Ok, Maite não era uma pessoa muito equilibrada para algumas questões, mas era destemida para tudo. Não existia medo no dicionário de sua vida, o que a tornava o completo oposto de Dulce, mas naquele momento não havia nada mais semelhante entre aquelas duas garotas e talvez qualquer outra que já tivesse passado por esse mundo: mulheres são vítimas constantes de um sistema patriarcal que normaliza relações abusivas e, infelizmente, todas passam por essa experiência de alguma forma.

 Não existia medo no dicionário de sua vida, o que a tornava o completo oposto de Dulce, mas naquele momento não havia nada mais semelhante entre aquelas duas garotas e talvez qualquer outra que já tivesse passado por esse mundo: mulheres são víti...

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– Não é da sua conta. – Murmurou tentando equilibrar-se e fazer o que mais sabia, enfrenta-lo, mas a voz trêmula era como um combustível para ele.

– Você não vai se relacionar com ela e nem com ninguém mais. – Atacou e, aumentando ainda mais sua fúria, a escutou rir de nervoso.

– Não é possível que eu esteja escutando isso. – Maite vociferou puxando o braço com tudo e soltando-se, massageando a região em seguida. – Me deixa em paz.

– Eu não vou te deixar em paz nunca.

E mais uma vez ela gemeu de dor ao ser puxada pelo braço.

– Me s-solta. – Sussurrou se chacoalhando.

– Não, você vem comigo porque quero resolver uma coisa. – Pablo murmurou fazendo menção de andar com ela, mas Maite tentou ficar parada no lugar e isso só contribuiu para deixa-lo ainda mais bravo. – Para com o chilique. – Falou pausadamente, encarando-a nos olhos uma vez mais.

Cinco passos para conquistá-la [Vondy]Onde histórias criam vida. Descubra agora